Debatedores propõem treinar profissionais para identificar violência contra crianças

Fonte: Wikinotícias

31 de maio de 2021

Email Facebook X WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Debatedores sugeriram nesta segunda-feira (31), em audiência promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, um esforço social conjunto para frear a alta consistente dos casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes no Brasil.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), apenas no ano de 2019 foram notificadas, em média, 243 agressões por dia no Brasil contra o público com idades entre 0 e 19 anos, somando 88.572 notificações. Dessas, 62.537 envolveram violência física; 23.969, violência psicológica ou moral; e 2.342, tortura.

Além de oferecer novos caminhos para denúncias, segundo os participantes, é preciso capacitar mais profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social e segurança pública para identificar o problema a partir de sinais não tão evidentes.

Presidente da SBP, Marco Antônio Gama propôs que os médicos investiguem com mais atenção traumas e sinais comportamentais manifestados por crianças e jovens. “O médico tem que pensar em um diagnóstico diferencial para várias patologias que podem estar disfarçadas. A criança caiu do muro? Nada, ela sofreu uma agressão, disse.” Para Gama, quanto mais conhecimento técnico-cientifico o médico tiver, mais chances a criança terá de ser protegida e mais subsídios a Justiça terá para processar o agressor.

Casos de agressão

O deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO), que é cirurgião pediátrico e que propôs o debate, lembrou os casos de Henry Borel, Isabella Nardoni e Bernardo Boldrini, mortos em decorrência de violência doméstica.

"Fiquei muito deprimido ao ver o sofrimento de uma criança indefesa evoluir para o óbito”, disse Calil, referindo-se ao caso do menino Henry, que já chegou morto a um hospital do Rio de Janeiro com sinais de agressão física. “Precisamos chamar atenção para os sinais de alerta que as crianças apresentam. As crianças se comunicam com a gente muitas vezes apenas com o olhar”, reforçou Calil.

Fontes