Debatedores defendem mudanças no sistema de saúde para tratar sequelas da Covid

Fonte: Wikinotícias

20 de abril de 2021

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Profissionais de saúde e gestores públicos apontaram a necessidade de mudanças no sistema de saúde para que o País possa atender aos pacientes de Covid-19 que tiveram sequelas. Em audiência pública das comissões de Seguridade Social e Família; e dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara nesta segunda-feira (19), eles afirmaram que as consequências do novo coronavírus para a população ainda não são totalmente conhecidas, mas que, seguramente, o tratamento vai além da alta hospitalar.

Autora do requerimento que sugeriu o debate, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) salientou que as providências para o atendimento dos pacientes com algum problema decorrente da infecção pelo coronavírus têm de receber mais atenção.

“Muitas vezes a atenção hoje, de forma importante, decorre do tratamento de urgência, da necessidade da vacina, mas nós temos aí uma grande parte dos pacientes que saem da Covid com sequelas, que precisam de acompanhamento e que, infelizmente, estão sem nenhuma assistência, nenhum acompanhamento”, disse.

Tipos de sequelas

A professora de medicina da Universidade de Brasília (UnB) Juliana Lapa ressaltou que mais de 50 tipos de sequelas já foram identificados, do Acidente Vascular Cerebral (AVC) à disfunção renal, além de fadiga, insuficiência respiratória, ansiedade e depressão.

Segundo ela, sequelas são sintomas que perduram por mais de 12 semanas depois da manifestação da doença. Algumas pesquisas sobre a Covid-19 mostram que esses sintomas ultrapassaram seis meses. Juliana Lapa recomenda políticas públicas específicas e a formação de equipes multidisciplinares para o atendimento pós-hospitalar.

Geriatra do Hospital Sírio Libanês, Samara Morais chamou atenção para as consequências do isolamento social e da hospitalização, que podem provocar perdas cognitivas e funcionais nos pacientes mais velhos.

“O idoso sai da internação diferente do que ele internou e pode ser que essas sequelas sejam definitivas. Há alterações osteomusculares, de paladar, que impactam na nutrição e que diretamente impactam nesse cenário também e isso envolve uma mudança em toda a logística familiar; o idoso precisa de um suporte social maior”, observou.

Fontes