Covid-19: estudo britânico revela que isolamento social prejudicou ensino e bem-estar infantojuvenil
15 de dezembro de 2020
O Ofsted (Office for Standards in Education, Children’s Services and Skills) publicou hoje o terceiro e último relatório (ver todos aqui) analisando os efeitos da pandemia de Covid-19 em crianças e jovens. Os dados foram coletados durante quase 2.000 visitas a escolas e centros de assistência social durante o último semestre deste ano.
Com relação especificamente à educação escolar, os dados indicaram que muitas crianças podem agora estar pelo menos 6 meses atrasadas em relação ao que deveriam após as medidas de contenção da Covid, que incluíram o afastamento das crianças e adolescentes das escolas em algum momento durante os últimos seis meses. Em alguns escolas os responsáveis disseram que a medida foi tomada até duas ou três vezes.
O estudo também concluiu que o isolamento em bolha, de toda escola ou turma, foi menos prejudicial do que o isolamento individual, quando um único aluno era obrigado a ficar em quarentena. Segundo o relatório, é mais fácil manter o currículo em dia quando se trata de "bolhas inteiras" do que ensinar um único aluno à distância.
Amanda Spielman, Inspetora-Chefe do Ofsted, disse que "embora a educação à distância seja melhor do que nada, ela não substitui a sala de aula".
Em relação aos centros de assistência social, a necessidade de isolamento teve um impacto mais prejudicial ao bem-estar. De acordo com o estudo, quando chegam aos centros após serem encontrados em situações de vulnerabilidade, familiares ou não, por causa da pandemia crianças e jovens são obrigados a cumprir um quarentena de isolamento de 14 dias, o que causa reações de ansiedade que podem chegar a casos de automutilação e de ataques violentos contra funcionários.
Fonte
- COVID-19 isolation having detrimental impact on children’s education and welfare, particularly the most vulnerable, Governo do Reino Unido, 15 de dezembro de 2020.
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