Ciclone-bomba causa mortes e destruição no sul do Brasil
2 de julho de 2020
Ventos e chuvas relacionadas a um ciclone extratropical extremamente forte, por isto chamado ciclone-bomba, atingiram praticamente todo território do Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC) entre a última segunda-feira, 30 de junho, e ontem, 01 de julho, provocando ao menos 11 mortes nos dois estados, além de destruição, que em algumas cidades chegou a ser grande, com queda de árvores, destelhamentos, alagamento e danos à rede de energia elétrica. Segundo o governo estadual de SC "o ciclone extratropical provocou o maior registro de danos na rede elétrica da história, deixando 1,5 milhão de unidades consumidoras sem luz em todo o estado".
Avisos meteorológicos foram emitidos ainda no início da semana pela Defesa Civil do RS e SC. Segundo o aviso emitido no RS na tarde de 29 de junho, "na terça (30), um sistema de baixa pressão dá origem a uma frente fria e a chuva ganha força em toda a metade norte do Estado com acumulados que podem variar entre 80 mm e 100 mm em média. Além disso, os ventos podem variar entre 50 km/h e dos 70km/h sendo que na parte mais ao leste e norte, as rajadas podem até passar dos 100km/h".
No RS, até ontem, 19 municípios tinham registrado danos graves devido ao evento climático, entre eles, principalmente, os localizados no norte do estado, como Iraí, Cacique Doble, Barracão, Vacaria e Capão Bonito do Sul, onde os ventos chegaram a mais de 100 km/h, danificando mais de 900 edificações. No entanto, segundo a Metsul, os ventos mais fortes foram registrados em Santa Vitória do Palmar (117 km/h) e no porto da cidade de Rio Grande (114 km/h). Já na cidade de São Sebastião do Caí, a cerca de 60 quilômetros de Porto Alegre, o problema foi a inundação causada pelo Rio Caí, o que obrigou à evacuação de centenas de pessoas que moram próximas ao rio.
A Metsul ainda escreveu em seu website que "considera que foi o pior episódio de vento no Litoral Norte (do RS) desde o furacão Catarina de 2004 pela magnitude dos danos observados em alguns balneários. O ciclone extratropical de agora provocou mais estragos em Capão da Canoa e Xangri-lá que o ciclone tropical raro de 16 anos atrás. O ciclone bomba de 30 de junho e 1 de julho de 2020 entra, assim, para a história como um dos mais fatais e de maior impacto já vistos no Sul do Brasil nas últimas décadas".
O que é um ciclone-bomba?
Segundo a Metsul, é uma ciclogênese explosiva, também conhecida como “bomba meteorológica” ou “ciclone-bomba”. O fenômeno ocorre quando a pressão atmosférica no centro de um ciclone cai em média 1 hPa por hora em 24 horas, ou seja, no mínimo 24 hPa em 24h, e é comum no inverno no Norte da Europa e no Nordeste dos Estados Unidos, onde recebe o nome de Nor’Easter, enquanto no Atlântico Sul é mais comum em latitudes mais ao sul de onde ocorreu.
Imagens
- Veja a galeria de fotos dos estragos em SC: Ciclone Extratropical em SC
- Imagem do ciclone-bomba (via NOAA): O que é um ciclone-bomba?
Fontes
- Defesa Civil emite alerta para possibilidade de temporais no RS, Defesa Civil do RS, 29 de junho de 2020.
- Observação meteorológica DC/SC – chuva volumosa entre segunda (29) e terça-feira (30), Defesa Civil de SC, 29 de junho de 2020.
- Alerta: ciclone bomba impactará o sul e o sudeste do brasil, Metsul, 30 de junho de 2020.
- Estado acompanha situação de municípios atingidos por temporal, Defesa Civil do RS, 01 de julho de 2020.
- Por que o ciclone bomba de 2020 vai para a história?, Metsul, 01 de julho de 2020.
- Ciclone em SC: Cerca de 1,3 mil funcionários da Celesc trabalham para restabelecer energia no estado, Governo de SC, 01 de julho de 2020.
- Ciclone em SC: Equipes do Governo fecham segundo dia de trabalho intenso no reparo dos danos, Governo de SC, 01 de julho de 2020.
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