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China supera Estados Unidos e torna-se maior parceiro comercial do Brasil

Fonte: Wikinotícias

Agência Brasil

5 de maio de 2009

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O mês de abril marcou uma mudança histórica nas relações comerciais do Brasil. Pela primeira vez, a China se consolidou como maior parceiro comercial do país. Neste ano, os chineses foram responsáveis pelo volume mais alto de comércio (soma de exportações e importações) com os brasileiros.

O Brasil manteve os Estados Unidos como principal parceiro a partir de 1930, quando os norte-americanos desbancaram a Inglaterra do pódio do comércio mundial.

“Não quer dizer que isso vá se estabilizar a médio prazo dessa forma, e esperamos que os Estados Unidos se recuperem a partir de 2010, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.

Ele lembrou que as vendas brasileiras caíram, em média, 30% para os EUA, Europa, e América Latina. Mantiveram-se estáveis para o Oriente Médio e África. Mas cresceram 28,2% para a Ásia, com a China sendo responsável por dois terços das compras asiáticas de produtos do Brasil.

A China importou US$ 5,627 bilhões em produtos brasileiros no primeiro quadrimestre deste ano, com expansão de 64,7% comparado a igual período de 2008. Já os EUA compraram US$ 4,925 bilhões e caíram 35,3% na mesma base de comparação.

De janeiro a abril, o Brasil ainda comprou mais dos EUA (US$ 6,841 bilhões) que da China (US$ 4,616 bilhões), mas a corrente de comércio (exportações mais importações) é favorável ao país asiático em US$ 1,523 bilhão.

O secretário ressaltou que “a Ásia como um todo passa a ser o centro dinâmico ao qual os exportadores brasileiros terão que dar crescente atenção". É uma tendência que vinha se verificando mesmo antes da crise internacional, com importações crescentes também de Taiwan, Coréia do Sul, Indonésia e Índia, dentre outros.

Em abril, a balança comercial brasileira teve boa recuperação e manteve a tendência de menor queda nas exportações que nas importações. As vendas nacionais recuaram 8% em relação a abril do ano passado, mas cresceram 14,8% na comparação com o mês anterior, ao passo que as importações se retraíram 26,6% ante abril de 2008 e caíram 5,6% em relação a março.

O saldo comercial (exportações menos importações), no valor de US$ 3,712 bilhões, aumentou 109,5% na comparação com os US$ 1,772 bilhão de superávit em março, constituindo-se no melhor saldo mensal desde maio do ano passado. Com isso, o saldo acumulado no ano saltou para US$ 6,772 bilhões, com aumento de 49,4% sobre o saldo do mesmo período de 2008.

Segundo Barral, as exportações continuam menores que no período anterior à crise financeira, iniciada em setembro do ano passado, “mas mostram tendência de recuperação enquanto no caso das importações a tendência é de queda”.

Ele afirmou que os preços internacionais se retraíram um pouco, depois da crise financeira internacional, mas salientou que o Brasil está compensando isso com a exportação de maiores volumes, principalmente de produtos agrícolas, com a safra iniciada em março.

Na relação abril/março o Brasil exportou mais açúcar (10,2%), café em grão (10,8%), Couro (19,3%), carne bovina (14%), carne de frango (21,5%), carne suína (18%), petróleo (42,5%), automóveis (23,8%), auto-peças (18,4%), minério de ferro (16,6%), celulose (55,3%), produtos químicos (22,9%), semi-manufaturados de ferro e aço (53,1%), laminados planos (25,6%), fio-máquina e barra de ferro/aço (15,2%) e alumínio em bruto (50,7%).

Em comparação com abril de 2008, os maiores aumentos foram de suco de laranja (259,6%), óleos brutos de petróleo (229,6%), minério de ferro (115,7%), óxidos e hidróxidos de alumínio (106,3%), açúcar em bruto (97%), celulose (68,6%) e farelo de soja (54,4%).

Houve queda, porém, nas vendas de óleos combustíveis (-75,1%), aparelhos transmissores e/ou receptores (-39,9%), auto-peças (-33,4%), pneumáticos (-31,7%), calçados e partes (-30,6%), etanol (-28,7%), automóveis (-22,9%), laminados planos (-21,7%), aviões (-16,3%), couros e peles (-53,8%), ferro-ligas (-14,8%) e óleo de soja em bruto (-97,7%).

Fontes