Cazaquistão: protestos antigoverno já levaram mais de 40 à morte
7 de janeiro de 2022
A Euronews reporta que 26 civis já foram mortos após manifestantes invadiram prédios do governo em Almati, Cazaquistão, no dia 5 passado, numa escalada dos protestos contra o aumento dos preços do gás GLP iniciados em 02 de janeiro. Segundo o portal Pan Armenian, 18 policiais e militares também teriam sido mortos. Ainda ontem, a Euronews chamou a situação de "revolta sangrenta", enquanto a Human Rights Watch reportava que mais de mil pessoas haviam sido feridas, das quais cerca de 400 haviam necessitado de hospitalização.
O governo cazaque, sob liderança do presidente Kassym-Jomart Tokayev, chamou os manifestantes de "terroristas", "criminosos" e "assassinos" e hoje disse que quem não se render, será eliminado, dando assim uma ordem direta para que os policiais atirem para matar. Tokayev também culpou alguns veículos de imprensa e países estrangeiros pelas manifestações, mas a Deutsche Welle (DW) aponta que os protestos, na verdade, podem ser reflexo de uma crise política interna, após três décadas de liderança de Nursultan Nazarbayev e seu partido, o Nur-Otan, do qual também faz parte o atual presidente.
Força de paz
Ainda ontem, centenas de soldados dos países da aliança militar OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva ), incluindo Rússia e Armênia, enviaram soldados para ajudar a pacificar o conflito.
Reações e violações dos direitos humanos
A ONU se manifestou ontem, com o secretário-geral, António Guterres, pedindo que as forças militares nacionais e estrangeiras se contivessem durante os protestos. Hugh Williamson, diretor da ONG Human Rights Watch na Europa, também enfatizou que as autoridades deveriam exercer a contenção em relação aos manifestantes, após o que chamou de "uma perda chocante de vidas".
A ONG já manifestava preocupação com os direitos humanos no país meses atrás, reportando que "o Cazaquistão continua profundamente autoritário e não democrático, com direitos humanos básicos violados regularmente".
Referências
- Protestos no Cazaquistão em 2022, Wikipédia.
Fontes
- ((en)) На русскомՀայերեն Armenia: Peacekeepers in Kazakhstan will only protect strategic buildings — Pan Armenian, 7 de janeiro de 2022
- ((pt)) "Quem não se render será eliminado", avisa presidente do Cazaquistão — Euronews, 7 de janeiro de 2022
- ((pt)) Revolta sangrenta no Cazaquistão: Dezenas de mortos incluindo 12 agentes da lei — Euronews, 6 de janeiro de 2022
- ((pt)) ONU apela a contenção de tropas no Cazaquistão — Euronews, 6 de janeiro de 2022
- ((pt)) O que está por trás da crise no Cazaquistão — DW, 6 de janeiro de 2022
- ((en)) Nationwide Protests, Violence Rock Kazakhstan — Human Rights Watch, 5 de janeiro de 2022
- ((en)) Is EU serious about human rights in Kazakhstan? — Human Rights Watch, 25 de novembro de 2021
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