Cabo Verde: Estudar para cair no desemprego, o dilema dos jovens universitários

Fonte: Wikinotícias

Cidade da Praia • 23 de agosto de 2021

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Agência VOA

Estudantes universitários cabo verdianos afirmam que estão concluindo os cursos sem a certeza de encontrar emprego.

O Instituto Nacional de Estatísticas indica que, no país de cerca de 500 mil habitantes, a taxa de desemprego jovem é de 32,5%, havendo uma parte significativa constituída por indivíduos com formação superior.

Uma dessas jovens é Ana Paula Cardoso. "Tenho procurado emprego, mas ainda nada. Já participei em vários concursos, e é frustrante terminar a universidade e ficar desempregado", disse.

Ela defende a aposta na diversificação das atividades econômicas, por parte do Governo, como forma de abrir caminhos para a juventude criar o próprio emprego.

Os que estão prestes a sair da universidade também começam a perder o sono. Jair Furtado, que vai entrar no último ano de licenciatura em jornalismo e comunicação empresarial, na Universidade de Santiago, não sabe o que lhe espera.

“A minha preocupação é terminar o curso e não conseguir emprego na área que escolhi. Esta é infelizmente a realidade de muitos jovens cabo-verdianos”, disse Furtado, que aponta a saturação do mercado como uma das causas para o desemprego, principalmente na área do jornalismo.

Soluções

As universidades apontam alguns caminhos, que incluem a preparação de estudantes para o empreendedorismo.

Judite Medina Nascimento, reitora da Universidade de Cabo Verde (Unicv), disse que o exemplo disso é Projeto Empreamar, que desde 2017, opera duas incubadoras, que preparam os estudantes para a sua sustentabilidade.

A Unicv, disse Nascimento, tem estado atenta às novas demandas, nomeadamente adequando os planos curriculares às novas tendências do mercado.

No entanto, o reitor da Universidade Jean Piaget, Włodzimierz Józef Szymaniak, disse que as instituições de ensino superior deviam dar muito mais para responder às demandas do mercado laboral.

"Por exemplo em Cabo Verde, temos a falta de médicos e as universidades ainda não conseguiram suprir esta dificuldade (...) há também áreas, por exemplo, relacionadas com o mar, onde ainda não demos a devida resposta", disse Szymaniak.

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