Brasil: Ministério Público Federal de Goiás denuncia 81 pessoas por envolvimento em jogo ilegal, entre eles Carlinhos Cachoeira
19 de março de 2012
Goiás e Distrito Federal, Brasil — O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) denunciou hoje (19) 81 pessoas ligadas à exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás, entre elas o empresário Carlinhos Cachoeira, considerado pelo MPF como líder do esquema. O documento foi encaminhado à Justiça Federal em Goiás.
De acordo com a denúncia, o grupo explorava jogos de azar ilegalmente em Goiânia e no entorno de Brasília há mais de dez anos. O MPF também afirma que o negócio se mantinha com apoio de policiais militares, civis e federais, que organizavam “pseudoatuações” para fingir que combatiam o crime ou para eliminar concorrentes.
A peça acusatória tem 205 páginas e, segundo o MPF, é apenas a primeira das denúncias que serão oferecidas contra o grupo, com foco nos crimes de formação de quadrilha armada, corrupção, peculato e violação de sigilo, perpetrados por servidores públicos federais, estaduais e municipais.
O MPF pede reparação dos gastos estatais para combater a quadrilha, que, segundo a denúncia, teve várias tentativas frustradas devido ao vazamento de informações.
Os procuradores da República também pedem autorização para compartilhar informações do processo com o Ministério Público estadual e outros órgãos de fiscalização interna e externa para neutralizar a atuação da quadrilha.
Carlinhos Cachoeira
No mesmo dia em que foi iniciado, na tarde, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), começou a analisar o pedido de soltura do empresário, mas o julgamento foi suspenso horas depois por um pedido de vista sobre liberdade do empresário Carlinhos Cachoeira.
O habeas corpus de Cachoeira estava sob responsabilidade da Terceira Turma do TRF1, que tem três integrantes. O primeiro voto foi do relator, desembargador Fernando Tourinho Neto, pela rejeição do pedido de liberdade. Em seguida, a desembargadora Assusete Magalhães pediu vista do processo. Ainda falta votar o desembargador Carlos Olavo.
A Terceira Turma do TRF1 se reúne semanalmente às terças-feiras, e quinzenalmente nas segundas-feiras. O tribunal ainda não confirmou quando o julgamento será retomado.
Histórico
Carlinhos Cachoeira foi um das pessoas presas devido à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, no dia 29 de fevereiro, que desmontou quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis.
No entanto, o nome do empresário já é antigo da imprensa e a polícia desde 2004: Ficou conhecido nacionalmente em 13 de fevereiro de 2004 (coincidindo os 24 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores), quando a revista Época revelou vídeo em ele conversava com o presidente da Loterj Waldomiro Diniz em que perde suborno e negociatas em troca de apoio político.
A denúncia leva o pedido de demissão de Diniz (que era sub-chefe da Casa Civil) e enfraquece José Dirceu, chefe da Casa Civil e amigo pessoal de Waldomiro Diniz por 10 anos. Após as denúncias e os que se seguiram, a oposição e até do próprio governo tentaram criar CPI. No entanto, contrariando a opinião pública e aos políticos que tentaram a CPI, Lula e os aliados decidiram não abrir a CPI, repetindo as velhas práticas condenáveis em que o PT na oposição sempre condenou.
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Fontes
- Débora Zampier e Aécio Amado (edição). Adiado julgamento sobre liberdade de Carlinhos Cachoeira— Agência Brasil, 19 de abril de 2012, 17hs40min.
- Débora Zampier e Lana Cristina (edição). Carlinhos Cachoeira e mais 80 pessoas são denunciadas pelo Ministério Público Federal— Agência Brasil, 19 de abril de 2012, 19hs55min.
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