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Bate-boca no Senado brasileiro entre aliados e opositores de Sarney

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Fonte: Wikinotícias
O senador Fernando Collor critica o colega Pedro Simon, que aparece na foto em imagem refletida no espelho do plenário do Senado Foto: Valter Campanato/ABr

Agência Brasil

3 de agosto de 2009

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Acabou em bate-boca o discurso feito hoje (3) pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Mais uma vez, o parlamentar peemedebista defendeu a saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado.

“Meu objetivo hoje é uma palavra de entendimento e profundo respeito. Se ele entender por bem renunciar a presidência tendo em vista a situação que vive hoje o Senado será um grande gesto da parte dele, que irá somar em sua biografia. Um ato que terá uma interpretação altamente positiva perante a sociedade brasileira. Se não fizer isso, será o que Deus quiser. Será um gesto de grandeza que poderá trazer a paz para esta Casa. Presidente Sarney, vossa excelência não tem condições de levar adiante as reformas necessárias para esta Casa”.

Pedro Simon

Ele disse ainda que se o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ) arquivar as representações contra Sarney no colegiado, a Casa iniciará um caminho “que não sei como vai terminar. Não sei para onde caminharemos”.

Durante o pronunciamento do senador gaúcho, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), aliados de Sarney, fizeram duras críticas a Simon.

Em um aparte, Calheiros disse que o esporte preferido de Simon é falar mal de Sarney. “As pessoas intrigam, mas eu gosto de Vossa Excelência. Só lamento que o esporte preferido do senhor nos últimos 35 anos tenha sido falar mal do Sarney. Quando o PMDB indicou o presidente Sarney para ser vice-presidente do Tancredo Neves, desde aquele momento que o senhor fala mal do Sarney, porque queria ser o candidato a vice-presidente do PMDB e não conseguiu”, disse Renan.

“Isso é mentira, o senhor está inventando”, rebateu Simon. Calheiros ainda afirmou que Simon teria, em reuniões fechadas, apoiado a candidatura de Sarney à presidência do Senado. “Sou testemunha das reuniões da bancada em que Vossa Excelência pedia que o Sarney saísse presidente do Senado. Não entendo como Vossa Excelência fala mal de algumas pessoas, pede para as pessoas saírem e, em circunstâncias iguais, Vossa Excelência cala, silencia. Isso é o que lastimo em Vossa Excelência”, argumentou Renan.

“Recebo as afirmações de Vossa Excelência com muita tranquilidade. Acho que Vossa Excelência, como líder e como presidente [ex-presidente do Senado], é uma figura controvertida”, rebateu Simon, dizendo que Calheiros muda de posição conforme seus interesses políticos. “O senhor fez um acordo na China com o Collor e, na véspera dele ser cassado, o largou”.

Visivelmente nervoso, com respiração afegante, Collor disse que Simon deveria “engolir” e “digerir” suas palavras “como julgar conveniente”. “As minhas relações com o senador Renan Calheiros são conhecidas e das quais não me arrependi”, disse Collor, negando a existência da reunião com Renan na China. “O senhor fala sem saber o que aconteceu, não é testemunha. Tudo aquilo é pura invencionice”, afirmou Collor.

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