Alerta de nova temporada de seca assusta povos tradicionais do Pantanal

Fonte: Wikinotícias

29 de abril de 2021

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A meteorologia traz prognósticos de nova temporada de seca severa no Pantanal, com risco de repetição dos estragos de 2020, quando 4,5 milhões de hectares do bioma (29% de sua área) foram atingidos pelo fogo. O alerta partiu da pesquisadora Balbina Soriano, da Embrapa Pantanal, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Soriano participou nesta quinta-feira (29) de audiência pública da comissão externa da Câmara dos Deputados sobre o tema. Indígenas, quilombolas e ribeirinhos manifestaram preocupação sobre novos impactos socioambientais sem ainda terem se livrado dos prejuízos do ano passado.

“Já estamos entrando no período seco. Mais para a frente, teremos o mês em que o Pantanal queima mais, que é setembro”, afirmou Balbina. Desde o ano passado, viemos com chuva abaixo da média: choveu um pouquinho em dezembro de 2020, em janeiro de 2021 e agora já começou a estiar novamente”.

A Embrapa desenvolveu um sistema de alerta de risco para incêndio no Pantanal (Saripan) baseado em dados climáticos, como quantidade de chuva, velocidade do vento e umidade relativa do ar. No entanto, a pesquisadora revelou que a medição tem sido prejudicada pela falta de manutenção em algumas estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e também do Serviço Geológico do Brasil CPRM, responsável pela medida do nível dos rios.

Com os dados disponíveis, Balbina Soriano apontou risco de aumento da devastação no Pantanal diante da possibilidade de queimadas em áreas preservadas do fogo no ano passado. “Sub-regiões como Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho queimaram muito em 2019, não queimaram em 2020 e, se a gente tiver essa condição de seca em 2021, é bem provável que possam queimar novamente”, disse.

Para a coordenadora da Comissão Externa sobre Queimadas nos Biomas, deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), a baixa cobertura do Pantanal por estações meteorológicas e de nível de rios é grave e precisa de rápida solução. “Não podemos ficar sem esses dados no momento em que estamos saindo de uma situação traumática, que foram os incêndios, e entrando em um período de seca prolongada”, afirmou.

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