Uma em cada duas mulheres sofreu algum tipo de violência sexista na Espanha em 2019
13 de setembro de 2020
A ministra da Igualdade, Irene Montero, e a delegada do Governo contra a Violência de Gênero, Victoria Rosell, apresentaram no dia 10 passado os resultados da macro-pesquisa sobre violência contra a mulher na Espanha, realizada com os dados coletados durante 2019.
Segundo Montero, “os dados revelam que a violência sofrida pelas mulheres não é violência episódica, mas estrutural. Não são episódios violentos, são relações violentas ou violência repetida produzida principalmente por homens próximos, o que inclui violência sexual fora do relacionamento".
Por sua vez, Rosell explicou que os dados “nos revelam que a integralidade não pode estar condicionada à denúncia. A denúncia é uma porta muito estreita para esse problema estrutural”. A delegada assegurou que os índices de reclamações, refletidos nos dados da macro-pesquisa, “desafiam nossa responsabilidade institucional e como sociedade” porque muitas mulheres decidem não denunciar.
O Macro Inquérito sobre a Violência contra a Mulher é a operação estatística mais relevante realizada na Espanha sobre este tipo de violência e está incluído no Plano Nacional de Estatística. A Delegação do Governo contra a Violência de Gênero está a cargo da sua preparação desde 2011, com o objetivo principal de conhecer a porcentagem de mulheres com 16 anos ou mais que vivem na Espanha que sofreram ou estão sofrendo algum tipo de violência pelo fato de serem mulheres.
O questionário de 2019 foi ampliado para conhecer mais dimensões da violência, cumprindo assim todos os requisitos estatísticos da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres, respondendo às diversas medidas previstas no Pacto do Estado Contra a Violência de Gênero.
Estratégia Nacional de Combate à Violência Sexista
Irene Montero anunciou durante a apresentação do relatório que o Ministério da Igualdade iniciará o processo de elaboração da nova Estratégia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexista (2021-2025), a fim de garantir os direitos de todas as mulheres viverem uma vida livre da violência, colocando na agenda política e na formulação de políticas públicas o combate a todas as formas de violência de gênero, não apenas aquelas praticadas pelo companheiro ou ex-companheiro.
Neste sentido, a ministro da Igualdade afirmou que “é da responsabilidade de todas as instituições que o sistema tenha um roteiro, uma política pública, isto é, esta estratégia nacional que dê uma resposta eficaz e integrada contra a violência perpetrada contra as mulheres, para que as próprias mulheres possam confiar no sistema e possam ousar e permitir-se, sem medo, quebrar o silêncio”.
Alguns dados revelados na pesquisa
- 6,5% (1.322.052 de mulheres) sofreram violência sexual em algum momento de suas vidas de alguém com quem não têm ou não tiveram relacionamento
- 99,6% dos agressores sexuais são do sexo masculino
- 13,4% (2.737.358 de mulheres) sofreram violência física em algum momento da vida por parte de alguém com quem não mantêm ou não mantêm relação
- 8,7% (1.778.550 de mulheres) sofreram violência física antes de completar 15 anos
- 23,4% das mulheres que sofreram violência física fora relacionamento conjugal afirmam ter sofrido agressões do pai
- 41,2% das que sofreram violência, tiveram lesões em decorrência dessa violência
- 40,4% (8.240.537 de mulheres) sofreram assédio sexual em algum momento de suas vidas
- 10,2% (2.071.764 de mulheres) sofreram assédio nos últimos 12 meses
- 26,0% das que sofreram assédio, disseram que ele ocorria todos ou quase todos os dias
- 14,2% (2.905.489 de mulheres) sofreram violência física e/ou sexual por parte do parceiro, atual ou antigo
- 75% das que afirmaram ter sofrido violência do parceiro disse que isto ocorreu mais de uma vez
Fonte
- Una de cada dos mujeres ha sufrido algún tipo de violencia machista en España, La Moncloa - Governo da Espanha, 10 de setembro de 2020.
Nota: o Governo da Espanha, em seu Aviso Legal, "autoriza a reprodução total ou parcial (...) da informação disponível no website (...)" desde que citada "a fonte e a data dos documentos utilizados".
Esta página está arquivada e não é mais editável. |