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Zelensky e Trump conversam sobre defesa aérea após bombardeio russo recorde na Ucrânia

Fonte: Wikinotícias

4 de julho de 2025

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Nessa sexta (4), os presidentes da Ucrânia, Volodymir Zelensky, e dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone. Isso ocorreu imediatamente após o território ucraniano ter sido atingido pelo ataque de drones russos mais intenso desde o começo do conflito. Durante a conversa, os dois concordaram que era preciso "reforçar" a defesa aérea da Ucrânia.

Após a ligação telefônica com Trump, na qual foram discutidas principalmente "as possibilidades de defesa antiaérea", Zelensky declarou que ambos os líderes concordaram em "trabalhar juntos para reforçar a proteção" do espaço aéreo ucraniano. Zelensky não deu mais informações sobre o tipo de colaboração considerado. No entanto, a conversa ocorre em um momento em que as cidades da Ucrânia enfrentam um aumento nos ataques russos, devido à ausência de sistemas de defesa aérea que protejam o país de maneira eficaz.

Trump também conversou com o presidente russo Vladimir Putin na quinta-feira (3). Mais uma vez, a conversa não resultou em anúncios significativos para resolver o conflito. Como evidência do impasse nas negociações de paz, mesmo com sua retomada em maio, o líder da Casa Branca não disfarçou sua frustração e reconheceu que não havia alcançado "nenhum avanço" durante a ligação telefônica com Putin. Ademais, uma terceira rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia ainda não foi divulgada, um mês após o último encontro frustrado ocorrido na Turquia.

Putin mantém a demanda de que a Ucrânia entregue quatro regiões, além da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie à sua adesão à OTAN. Para a Ucrânia, essas condições são inaceitáveis, sendo que o país exige a retirada das tropas russas de seu território. O presidente russo reafirmou a Trump que a Rússia "não renunciará a seus objetivos" na Ucrânia. Atualmente, "não é possível", uma vez que "a operação militar especial" continuará, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira. Simultaneamente, os militares russos prosseguiram com os bombardeios na Ucrânia.

A Força Aérea da Ucrânia informou que, durante a noite, foram disparados 550 mísseis contra Kiev, dos quais 539 eram drones. Zelensky lamentou: "Foi uma noite brutal", e os serviços de emergência informaram que houve pelo menos uma vítima fatal e 26 feridos, entre eles uma criança. Um porta-voz militar da Força Aérea da Ucrânia declarou que esse bombardeio foi o maior ataque aéreo contra o país desde o começo do conflito em 2022. O Exército russo afirmou ter atingido uma refinaria de petróleo e um aeródromo militar. A Ucrânia declarou ter neutralizado 478 dos 550 mísseis lançados.

Os ataques foram seguidos de várias dezenas de incêndios, principalmente em Kiev. Varsóvia informou que um edifício da embaixada polonesa sofreu danos. Timur, residente de Kiev, declarou que nunca tinha presenciado um ataque tão violento. "Nunca havia acontecido nada parecido com este ataque. Foram muitas explosões", relatou. Pressão global e intensificação dos ataques russos Para o presidente da Ucrânia, isso é mais uma evidência de que "sem uma pressão em larga escala, a Rússia não mudará seu comportamento estúpido e destrutivo". Nas últimas semanas, a Rússia aumentou a frequência dos ataques noturnos.

De acordo com uma contagem da AFP, Moscou disparou uma quantidade sem precedentes de drones e mísseis contra a Ucrânia em junho, período que coincidiu com a paralisação das negociações de paz diretas entre Kiev e Moscou. O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sibiga afirmou que "Putin está mostrando claramente sua absoluta falta de consideração pelos Estados Unidos e por qualquer um que peça o fim da guerra".