Vista pela última vez em 1970, perereca "extinta" é redescoberta na Mata Atlântica

Fonte: Wikinotícias

20 de janeiro de 2022

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Jornal da USP

Cientistas pesquisaram os répteis e anfíbios que habitam uma região preservada da Mata Atlântica, no Parque Estadual Nascentes do Paranapanema (Penap), no município de Capão Bonito, em São Paulo, e redescobriram uma rara espécie de perereca, vista pela última vez em 1970.

O reencontro da espécie é símbolo de esperança na busca por animais considerados extintos, além de alertar sobre a importância das pesquisas em campo e da preservação dos biomas brasileiros.

“Ficamos surpresos e muito empolgados ao notarmos que estávamos diante da espécie Phrynomedusa appendiculata, considerada até mesmo possivelmente extinta”, conta ao Jornal da USP o pesquisador Leandro Moraes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do Instituto de Biociências (IB) da USP. O artigo que detalha é redescoberta, Rediscovery of the rare Phrynomedusaappendiculata (Lutz, 1925) (Anura: Phyllomedusidae) from the Atlantic Forest of southeastern Brazil, foi publicado este mês, na revista internacional Zootaxa.

Uma das hipóteses para a raridade de encontros com a maioria das espécies do gênero é a de que elas vivem mais escondidas dos olhos dos cientistas, habitando estratos mais elevados da mata, empoleirada nas árvores e arbustos. Porém, de tempos em tempos, esses anfíbios precisam deixar o alto das árvores e buscar poças permanentes para se reproduzirem. Esse tipo de ambiente é também mais incomum nas faixas altitudinais mais elevadas do bioma, e isso pode ter colaborado no aumento da raridade natural destas espécies, explica o pesquisador.

E foi nesse período que os cientistas encontraram uma população da Phrynomedusa appendiculata em atividade reprodutiva, com aproximadamente 15 indivíduos, meio século depois do último registro. “Apesar de também termos feito buscas em diversos outros ambientes e localidades durante esse projeto, essa espécie somente foi registrada nesse único ponto”, conta Moraes. Matias Queiroz, morador local, foi quem guiou a equipe durante os trabalhos de campo e apresentou a localidade onde posteriormente a espécie foi encontrada.

Uma das pererecas foi coletada para detalhadas análises morfológicas e genéticas, para buscar suas afinidades evolutivas, e hoje se encontra no Museu de Zoologia da USP. Segundo o pesquisador, como a Phrynomedusa appendiculata e suas espécies parentes são muito raras e, em geral, pouco conhecidas, espera-se que os novos dados coletados possam embasar avaliações mais robustas do status de conservação do grupo, o que, até então, era difícil devido à escassez generalizada de dados relacionados a ela. “Além disso, realizamos um trabalho de resgate histórico dos poucos relatos de encontros da espécie na natureza. Todo esse esforço nos levou a confirmação de que se tratava realmente da espécie desaparecida”, completa.

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