Sobe para cinco o número de corpos identificados na tragédia de Mariana

Fonte: Wikinotícias

Agência Brasil

11 de novembro de 2015

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Thiago Damasceno, de 7 anos, é quinta vítima identificada da tragédia do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana, em Minas Gerais. O corpo da criança foi velado hoje em um cemitério da cidade. Outros três corpos ainda aguardam identificação. Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 20 pessoas permanecem desaparecidas (sendo 11 funcionários da Samarco e nove moradores).

Antes, de acordo com boletim divulgado no início da noite de ontem (10) pelo Corpo de Bombeiros, era seis o número de mortes e quatro corpos foram reconhecidos e dois aguardam confirmação e 20 desaparecidos. O número de desabrigados chega a 637 pessoas, representando 185 famílias, todas estão em hotéis e pousadas de Mariana e cidades próximas.

As barragens de rejeitos se romperam na última quinta-feira (5), que liberaram uma onda de lama que se formou destruiu Bento Rodrigues e chegou ao Espírito Santo.

Portaria

Em publicação hoje no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério do Desenvolvimento Agrário liberou hoje (11), por meio da Portaria nº 384, a utilização dos equipamentos da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) doados a municípios mineiros, vizinhos de Mariana. O material será usado na recuperação da região atingida pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém no último dia 5.

Poderão ser disponibilizados 258 equipamentos. As máquinas devem ajudar nas ações de socorro, assistência às vítimas e no restabelecimento de serviços sociais. O uso ficará condicionado a cada prefeitura.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, falou da importância do projeto no auxílio da reconstrução e apoio das cidades. "Ao dotar a quase totalidade dos municípios com máquinas e equipamentos, criou-se uma verdadeira rede de apoio logístico no interior do país. Ao todo, são 258 máquinas nas proximidades do município de Mariana, que podem auxiliar na retirada de lama e dejetos. Ou seja, o PAC intensifica ações interfederativas e acaba por contribuir com o fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil".

Situação de emergência

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional, reconheceu situação de emergência, por procedimento sumário, no município de Mariana, Minas Gerais, em razão do rompimento das barragens no distrito de Bento Rodrigues. O procedimento sumário ocorre quando os eventos são de grande intensidade e impacto.

Após o reconhecimento da situação de emergência, o governo federal poderá ampliar as ações de assistência e reconstrução das áreas prejudicadas pelo desastre. Além disso, as pessoas atingidas poderão sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). "A partir do reconhecimento, poderemos fazer mais do que prestar assistência humanitária", disse, em nota, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.

Segundo o ministério, o governo federal tem prestado apoio às autoridades locais e à população desde os primeiros momentos após a tragédia. Na sexta-feira (6), dia seguinte ao incidente, Occhi, e o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira, sobrevoaram a área atingida e reuniram-se com representantes da mineradora Samarco e da prefeitura de Mariana. A secretaria articula as ações dos órgãos do governo federal para auxiliar os trabalhos na região.

Samarco

As mineradoras Vale e BHP Billiton, que controlam a Samarco, anunciaram hoje que vão criar um fundo para ajudar as vítimas e recuperar o meio ambiente das áreas atingidas pelo rompimento de duas barragens de rejeitos em Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais.

“É nossa intenção trabalhar com as autoridades para fazer esse fundo funcionar o mais breve possível. A Vale e a BHP Billiton mantêm neste momento especialistas em saúde, segurança, meio ambiente e geotecnia apoiando as ações da Samarco no local”, diz o comunicado conjunto das empresas.

O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi. o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o da BHP, Andrew Mackenzie, foram hoje a Mariana.

Barragem de Germano

A mineradora Samarco e o governo de Minas Gerais informaram por meio de notas em separado que não há indício de rompimento da terceira barragem, a de Germano, que fica em Mariana.

Estão circulando alguns boatos, especialmente nas redes sociais, a respeito da instabilidade da Barragem de Germano, em Mariana (MG). A Samarco reitera que todos os seus mecanismos de controle não apontam qualquer indício de abalo na estrutura.

Samarco

O governo do estado, no entanto, confirmou que haverá uma intervenção no dique da barragem, mas sem detalhar as ações.

Durante esse período será realizado um replanejamento das buscas e que possivelmente algumas famílias, por medida de segurança, serão realocadas.

Governo de Minas Gerais

Dilma Rousseff visitará Mariana, em Minas Gerais

A presidenta Dilma Rousseff vai sobrevoar amanhã (12) a região atingida pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana. Dilma também determinou hoje (11) a criação de um comitê de gestão da crise que será formado pelos ministérios do Meio Ambiente, da Integração Nacional e de Minas e Energia, pelos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e pelo Ministério Público.

O objetivo desse grupo, segundo o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, é acompanhar as ações que vão ser estabelecidas pela mineradora Samarco, cobrar mais rapidez na solução dos problemas enfrentados pelas famílias atingidas, monitorar a situação dos municípios da calha do Rio Doce que estão com problemas de abastecimento de água, além do dano ambiental. A portaria que cria o grupo deverá ser publicada na edição de amanhã do Diário Oficial da União.

Gilberto Occhi, informou que Dilma deve sair de Brasília às 8hs45min e chegar a Belo Horizonte uma hora depois. Da capital mineira, ela sobrevoa de helicóptero os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, na região de Mariana. Em seguida, a presidenta vai a Governador Valadares, que está com a captação de água para abastecimento suspensa por causa da passagem de lama pelo Rio Doce. Dilma termina a viagem em Colatina, no Espírito Santo.

Acompanham a presidenta no sobrevoo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o ministro Occhi, os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e de Espírito Santo, Paulo Hartung, e o prefeito de Mariana, Duarte Júnior.

Segundo o ministro, a presidenta falou por telefone na tarde de hoje com o CEO da BHP Billiton, Andrew Mackenzie, e com o presidente da Vale, Murilo Ferreira, empresas que controlam a Samarco, e cobrou providências para a reparação dos danos às famílias atingidas e também solução para o impacto ambiental.

Fontes