Renan Calheiros diz que PMDB vai representar contra Arthur Virgílio no Conselho de Ética na próxima semana, em resposta das representações contra Sarney

Fonte: Wikinotícias

Agência Brasil

Brasília, Distrito Federal, Brasil • 29 de julho de 2009

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Em resposta à decisão do PSDB, que entrou ontem (28) com três representações no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PMDB prometeu hoje (29) apresentar representação contra o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), logo no início dos trabalhos legislativos, na próxima semana.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou há pouco à Agência Brasil que a decisão tomada pela bancada peemedebista representa um ato de “reciprocidade” pela decisão dos tucanos de transformar em representações as denúncias anteriormente apresentadas por Virgílio ao Conselho de Ética contra Sarney.

“Conversei com o líder Arthur Virgílio e o senador Sérgio Guerra [PSDB-PE, presidente nacional do PSDB]. Falei com eles que não teria como a bancada do PMDB deixar de agir com reciprocidade a essa marcha da insensatez”, afirmou Calheiros.

O líder peemedebista acrescentou que uma coisa eram as denúncias feitas por Virgílio, “que se colocou na vanguarda deste movimento contra o presidente Sarney”, e outra é o peso que o PSDB dá a este movimento quando assume partidariamente as ações tomadas pelo líder tucano.

O líder peemedebista ressaltou que a postura tomada pelo PSDB pode criar uma situação política ainda mais grave no Senado. Ele admitiu, por exemplo, que o movimento adotado pelo tucanos pode gerar outras decisões partidárias tomadas por outras bancadas. “Essas representações [do PSDB contra Sarney] são uma insensatez completa”, reforçou o líder peemedebista.

Calheiros disse ainda que a decisão da bancada do PMDB em também apresentar representações no Conselho de Ética por enquanto atingirá apenas o líder Arthur Virgílio. Perguntado se o PMDB poderia adotar a mesma postura contra os senadores que defendem a saída de Sarney, Renan disse que “a decisão da bancada é de representar contra o líder Arthur Virgílio”, por conta da decisão do PSDB.

Entre outras irregularidades, Arthur Virgílio é acusado de manter em seu gabinete um funcionário do Senado, recebendo salário, enquanto fazia um curso no exterior. O tucano também é acusado de ter recebido dinheiro do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, durante viagem com a família à Europa.

Ontem

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou ontem (28), após protocolar três representações no Conselho de Ética contra Sarney, que uma eventual retaliação ao partido será um equívoco. Segundo ele, a decisão de apresentar as representações é um direito legítimo e não tem pré-julgamentos.

Falou-se que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, ameaçou apresentar representações contra senadores tucanos se o PSDB levasse adiante a idéia de ir ao colegiado contra Sarney. Sérgio Guerra disse ter conversado anteontem (27) com Calheiros, que negou qualquer ameaça.

“Se o líder Renan promover ameaça ou qualquer tipo de retaliação ele estará equivocado. Respeitamos o PMDB e o Congresso. Estamos usando um direito legítimo, que é o de solicitar investigação, sem pré-julgamento, mas com firmeza e democracia. Ameaças não valem nada. Não ameaçamos ninguém e não aceitamos ameaças de ninguém”, disse o presidente tucano.

“Falei com ele [Renan Calheiros] ontem [anteontem] e não se falou em ameaça. Falou-se de um clima indesejado, que é o que prevalece hoje no Senado, que é preciso evitar”, afirmou Guerra. “Essa não é uma questão de reciprocidade. A discussão que se dá hoje é sobre o presidente Sarney, se ele pede licença ou não. Não apenas nós do PSDB, mas os partidos todos, inclusive os da base do governo, como o próprio PT”, acrescentou.

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