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Qual o modo certo de ver o mundo? IBGE lança mapa com Brasil no centro e Sul no topo

Fonte: Wikinotícias

11 de maio de 2025

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lança mapa-múndi que apresenta o Brasil no centro do mundo e que traz uma nova perspectiva, em que o Sul aparece no topo da imagem. Nas versões português e inglês.

O lançamento é feito em ano que o Brasil tem ativa participação nos debates e perspectivas do Sul Global e do cenário mundial, em especial por presidir o Brics e o Mercosul. E recebe a COP 30.

A divulgação do novo mapa-múndi foi feito na última quarta-feira (7/5), mesmo dia em que o IBGE anunciou a preparação do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global – Novos indicadores e temas estratégicos para o desenvolvimento e a sustentabilidade na Era Digital. O encontro, em organização conjunta com o Governo do Estado do Ceará, além de vários parceiros, vai ser realizado de 11 a 13 de junho, em Fortaleza.

O novo mapa também traz destacados os países que compõe o Brics, o Mercosul, os países de língua portuguesa e do bioma amazônico, também a cidade do Rio de Janeiro, como capital dos Brics, a cidade de Belém, como capital da COP 30 e o Ceará como sede do Triplo Fórum. Em abril do ano passado, o IBGE lançou um mapa-múndi que traz o Brasil no centro do planeta. Desta vez, foi além.

Por que não um mapa-múndi invertido? A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história.

Na verdade, não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida.

A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas.

Nos mapas modernos, há questões relacionadas a reinvindicações políticas nesses mapas invertidos, geralmente realizada por países localizados no Hemisfério Sul. Segundo Nicole De Armendi, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”.

Um exemplo famoso é a obra do artista uruguaio Joaquín Torres-García, que em 1943 fez o que se conhece como “o mapa invertido”. A obra tornou-se um símbolo para os latino-americanos em seus esforços para se tornarem reconhecidos na visão geral do mundo.

O mapa-múndi invertido é lançado no momento em que o Brasil tem a presidência do Brics e do Mercosul, além da atenção na agenda dos Países de Língua Portuguesa e da realização da COP 30 no País.