Putin é forçado a suspender exportações de combustíveis após ataques da Ucrânia a refinarias
6 de outubro de 2025
Nessa segunda (6), a Ucrânia alterou sua estratégia na guerra que já dura mais de três anos e começou a focar de maneira sistemática, nos meses recentes, no setor energético da Rússia.
De acordo com a Oxford Analytica, desde julho, os ataques ucranianos com drones a refinarias e oleodutos russos diminuíram em até 17% a capacidade de refino do país. Isso tem pressionado a economia russa, liderada pelo ditador Vladimir Putin, levando o Kremlin a interromper as exportações de gasolina e a impor restrições ao diesel até o final do ano.
"O novo padrão de ataques representa a campanha mais sustentada até agora contra a base econômica da Rússia", afirmou Richard Connolly, analista sênior da Oxford Analytica. Para ele, a pressão "diretamente mina a narrativa de estabilidade do Kremlin e amplia os custos fiscais em um momento de gastos militares recordes".
Os efeitos internos dos ataques ucranianos a esse setor já podem ser percebidos. Segundo a agência Reuters, áreas como o Extremo Oriente russo e a Crimeia ocupada ilegalmente já estão lidando com filas em postos de gasolina e racionamento de até 30 litros por motorista. Em Sevastopol, principal cidade da península da Crimeia, cerca de 50% dos postos de gasolina estão fechados.
A CNN noticiou que, somente em agosto, os ataques ucranianos causaram danos a importantes refinarias em Volgogrado, Saratov e Rostov, que são responsáveis por mais de 44 milhões de toneladas de derivados de petróleo anualmente — aproximadamente 10% da capacidade do país.
"Infelizmente, nossa previsão é desfavorável por enquanto. Provavelmente teremos de esperar pelo menos mais um mês para que os preços dos combustíveis caiam", afirmou Sergey Frolov, sócio da consultoria energética NEFT Research, em entrevista ao jornal russo Kommersant.
De acordo com a Reuters, o governo do presidente Donald Trump deu luz verde recentemente para o envio de informações de inteligência detalhadas a Kiev sobre alvos energéticos em território russo. Essa ação, segundo o Wall Street Journal, tem como objetivo melhorar a precisão dos ataques ucranianos contra refinarias, oleodutos e estações de bombeamento.
O Kremlin admitiu que a situação se deteriorou. Dmitry Peskov, porta-voz do governo, declarou que "o uso da infraestrutura de inteligência da Otan e dos Estados Unidos para apoiar os ataques ucranianos é óbvio". No entanto, as autoridades russas asseguram que as forças armadas continuam recebendo diesel e querosene, considerados combustíveis essenciais para o conflito.
Fontes
[editar | editar código]- ((pt)) Putin é forçado a suspender exportações de combustíveis após ataques da Ucrânia a refinarias — Gazeta do Povo, 6 de outubro de 2025
- ((pt)) Vladimir Putin é forçado a suspender exportações de combustíveis após ataques da Ucrânia a refinarias — GP1, 6 de outubro de 2025

