Polícia de São Paulo indicia 11 pessoas pela morte da adolescente no Hopi Hari

Fonte: Wikinotícias
La Tour Eiffel, onde ocorreu a morte da Gabriella Nichimura

Vinhedo, SP, Brasil • 17 de abril de 2012

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Foram indiciadas hoje, 11 pessoas pelo homicídio culposo no acidente em que matou a jovem nipo-brasileira Gabriella Yukari Nichimura, no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (79 km da capital São Paulo). Os nomes e o resultado da investigação foram divulgados pelo delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior.

O laudo da perícia entregue à Polícia Civil na última sexta-feira (13) confirmou que, no dia anterior ao acidente (23 de fevereiro), técnicos de manutenção mexeram no dispositivo de segurança dessa cadeira, mas ao terminar o serviço não travaram novamente o dispositivo, o que permitiu que a adolescente levantasse a trava para sentar e não garantiu que ela continuasse fechada durante a descida.

Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho, um dos técnicos disse que desconhecia completamente funcionamento daquele dispositivo. O parque questionou essa informação, por meio do advogado Alberto Toron, mas firmou no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho garantindo que irá melhorar o sistema de treinamento e capacitação dos funcionários, entre outras medidas.

Indiciados

  1. Armando Pereira Filho (Presidente do parque e gerente-geral de operações)
  2. Cláudio Guimarães Vice-presidente do parque
  3. Stefan Fidolin Banholzer Gerente-geral de manutenção
  4. Luiz Carlos de Souza Sênior mecânico (superior dos técnicos)
  5. Juliano Ambrósio (Técnicos de manutenção)
  6. Rodolfo Rocha Santos (Técnicos de manutenção)
  7. Adriano Cesar Souza (Técnicos de manutenção)
  8. Lucas Martins Supervisor de operações (superior dos operadores)
  9. Vítor Igor de Oliveira (Operadores [que têm contato direto com os usuários])
  10. Marcos Antônio Leal (Operadores [que têm contato direto com os usuários])
  11. Edson da Silva (Operadores [que têm contato direto com os usuários])

Reações

A família de Gabriella, que está no Japão, mandou mensagem por meio do advogado: "O indiciamento destas pessoas não irá fazer com que esqueçamos o pesadelo que estamos vivenciando, mas a Justiça irá demonstrar que os responsáveis não ficarão impunes e suas consciências carregarão para a eternidade a responsabilidade pela morte de nossa filha".

Histórico

Gabriella Yukari Nichimura era jovem japonesa nascida no Japão, mas de pai japonês e mãe brasileira, nascida em 1998. Estava no Brasil de férias escolar. Em 24 de fevereiro, morreu aos 14 anos ao cair da altura de 25 metros do elevador-brinquedo La Tour Eiffel, que sobe a quase 70 metros e despenca em simulação de queda livre. Ela subiu em uma cadeira que deveria estar inoperante e não tinha o sistema de trava acionado.

Inicialmente, só a torre foi fechada pela perícia, mas revelações de que informações erradas repassadas aos peritos levou novamente ao parque ser fechado por quase 20 dias depois do acidente, mas já voltou a operar normalmente.

Durante esse período, a força-tarefa coordenada pelo Ministério Público Estadual realizou vistorias de segurança nos 14 brinquedos considerados mais radicais e também firmou um TAC com o Hopi Hari, exigindo melhorias como tradução de manuais e avisos de segurança, além de uma checagem dupla nas travas de montanhas-russas.

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Fontes