Países da África se preparam para falta de fundos após decretos de Trump
8 de fevereiro de 2025
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Os governos africanos estão se preparando para o que está por vir após Donald Trump assinar uma Ordem Executiva no mês passado para verificar se os programas financiados pelos Estados Unidos (EU) através do USAID (Ajuda dos Estados Unidos) no exterior estão alinhados com as políticas do país. A Ordem tem validade de 90 dias, mas enquanto isto a ajuda enviada para nações pobres como as da África se viu fortemente abalada, já que os EU são os maiores financiadores. Trump também deixou a OMS e cancelou os fundos para a Organização.
No Quênia, por exemplo, a Secretária do Gabinete de Saúde, Deborah Barasa, disse na quarta-feira em Nairóbi que, à medida que seu país enfrenta desafios complexos, é essencial garantir a continuidade dos serviços essenciais de saúde, especialmente com programas relacionados ao HIV/AIDS e à tuberculose.
“Por mais de 40 anos, pudemos depender de parceiros e o PEPFAR fez um ótimo trabalho em garantir que pacientes com HIV e TB estejam recebendo serviços de saúde”, disse, referindo-se ao (Plano de Emergência Presidencial para o Alívio da AIDS), um programa que trabalha com parceiros em 55 países no mundo todo.
“Com mais de 3,7 milhões de pessoas tomando medicamentos para o HIV [no Quênia] … Acredito que é fundamental pensarmos em soluções sustentáveis ... [e] formas alternativas de financiamento”, disse Barasa.
Embora o congelamento tenha sido modificado para permitir isenções para “assistência humanitária que salva vidas”, incluindo “medicina essencial que salva vidas”, que pode ser aplicada a programas de saúde como o PEPFAR, muitos países estão trabalhando para avaliar as implicações do que pode equivaler ao fim da ajuda externa dos EU.
Como o Quênia, a África do Sul também é um destes países, onde algumas organizações sul-africanas que auxiliam pessoas com HIV já estão no limite ou fecharam depois do corte das verbas. Responsáveis pelas ONGs dizem que mesmo com a aprovação de verbas emergenciais para “assistência humanitária que salva vidas", os próximos passos de Trump não estão claros e que estão preocupadas que isso possa atrasar anos de progresso.
A África do Sul tem o maior número de pessoas soropositivas no mundo - cerca de 8 milhões - mas também tem sido uma grande história de sucesso em termos de tratamento e prevenção de novas infecções devido, em grande parte, ao dinheiro investido em tratamento especializado da AIDS - e 17% deste dinheiro vem do PEPFAR.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- African nations prepare for what's to come after pause on US aid — VOA News, 7 de fevereiro de 2025
- 'Confusion' in South Africa over US HIV funding — VOA News, 6 de fevereiro de 2025
![]() | Conforme os termos de uso "todo o material de texto, áudio e vídeo produzido exclusivamente pela Voz da América é de domínio público". A licença não se aplica a materiais de terceiros divulgados pela VOA. |