Orçamento de combate à SIDA vai ser reduzido em 30 por cento em Angola

Fonte: Wikinotícias

Agência VOA

Tratamento e prevenção podem ser afectados.

11 de dezembro de 2014

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

O Orçamento Geral do Estado (OGE) de Angola para 2015 prevê uma redução de mais de 30 por cento nas verbas para o combate à Sida, facto que pode aumentar as dificuldades para continuar a combater a doença.

A verba para o sector passa de 16 milhões para 11 milhões de dólares, num contexto de redução no preço do petróleo e das receitas.

O presidente executivo da Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida(Anaso) António Coelho Neto disse à VOA que este facto vai penalizar muitos programas em curso de combate e prevenção da doença.

“A redução das verbas tem uma grande influência no desempenho e na qualidade das acções que as organizações têm vindo a desenvolver junto das famílias e das comunidades”, afirmou Neto.

O valor de 11 milhões para 2015 representa a continuação da tendência de descida já que em 2014 o orçamento previa 16 milhões e, em 2013, a verba prevista para combater a epidemia de Sida no país estava nos 22 milhões de dólares, segundo o presidente executivo da Anaso.

O clínico geral Maurilio Luyele disse que, em razão dessa redução orçamental, vai-se aumentar de forma paulatina o numero de casos do Sida no pais. Para aquele especialista, o programa precisava ser reforçado.

“Não há uma queda na incidência, que significaria uma eficácia do programa de luta contra o Sida, mas o aumento paulatino dos casos”, disse Luyele.

A redução das verbas para o combate à Sida é uma das muitas consequências da descida do preço do petróleo, que representa mais de 75 por cento das receitas do orçamento angolano e é o responsável por mais de 99 por cento das exportações.

As contas públicas angolanas deverão apresentar um défice orçamental de 7,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, em que se preve um crescimento da economia nacional de 9,7 por cento.