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O envio de tropas da Coreia do Norte para a Rússia põe em risco o equilíbrio da China

Fonte: Wikinotícias

23 de novembro de 2024

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Vários dos principais parceiros comerciais de Pequim estão a apelar ao Presidente chinês, Xi Jinping, para que faça mais para pressionar a Coreia do Norte a parar ou reverter o envio de tropas para a Rússia, onde mais de 10.000 soldados norte-coreanos se juntaram às linhas da frente na guerra contra a Ucrânia.

Os apelos feitos nas cimeiras gémeas da semana passada no Brasil e no Peru reflectem a posição incómoda em que o líder chinês se encontra enquanto tenta um delicado ato de equilíbrio entre a Rússia e o Ocidente.

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, em Brasília, na quinta-feira, Xi apelou à reunião de “mais vozes de paz” na Ucrânia. Ele pressionou por um consenso de seis pontos sobre a Ucrânia, apresentado pela primeira vez pela China e pelo Brasil em maio, que enfatize o diálogo e as negociações que levem a um acordo político.

Antes de sua reunião bilateral na capital brasileira, Xi foi informado por líderes mundiais à margem da cúpula do G20 no Rio de Janeiro e da cúpula da APEC em Lima, Peru, que Pequim precisa persuadir a Coreia do Norte a parar de enviar mais tropas para lutar pela Rússia.

O chanceler alemão, Olaf Scholtz, alertou Xi na terça-feira no G20 que o envio de tropas da Coreia do Norte para lutar contra a Ucrânia representava uma escalada da guerra.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu a Xi na semana passada na APEC que desempenhasse um papel “construtivo” no aprofundamento dos laços da Coreia do Norte com a Rússia. Yoon aproveitou as reuniões globais como uma oportunidade para consolidar a condenação do Ocidente aos laços militares entre Pyongyang e Moscovo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também disse a Xi na APEC que Pequim tem influência e capacidade para evitar que o conflito na Ucrânia se expanda através da presença de mais tropas norte-coreanas, disse o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, em uma coletiva de imprensa no domingo.

Biden destacou a posição da China que apela à desescalada do conflito e disse que a presença de tropas norte-coreanas vai contra essa posição.