O Estado de S. Paulo mostra as fotos do dinheiro usado para compra de dossiê contra adversários do PT

Fonte: Wikinotícias

Brasil • 29 de setembro de 2006

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Uma fonte desconhecida entregou a O Estado de S. Paulo as fotos do dinheiro usado por petistas para comprar um dossiê contra o principal adversário do Partido dos Trabalhadores (PT) na Eleição Presidencial e na Eleição para Governador em São Paulo.

A divulgação das fotos, segundo a imprensa, abriu uma crise no Departamento de Polícia Federal (PF) que não pretendia que elas fossem exibidas agora perto da eleição.

Segundo foi divulgado pela imprensa, o Superintendente da Polícia Federal em São Paulo, senhor Geraldo Araújo, disse que haverá um inquérito disciplinar contra seis peritos e o Delegado da PF Edmilson Bruno, responsáveis pelas fotografias do dinheiro.

Segundo o Estado de S. Paulo: "A mando do Ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), a Polícia Federal escondeu as fotos das pilhas de dinheiro. Bastos alegava que a exibição das imagens poderia ser usadas pela oposição na campanha eleitoral e prejudicar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição."

O coordenador da campanha de Lula, senhor Marco Aurélio Garcia, disse que a divulgação das fotos é uma "violação de segredo de Justiça, e portanto, um ato ilegal".

"É uma tentativa de influenciar o processo eleitoral brasileiro e tentar reverter uma tendência irresistível de reeleição do presidente Lula no próximo dia 1º de outubro", acrescentou.

O Ministro de Relações Institucionais, senhor Tarso Genro, disse que a divulgação das fotos não impedirá a vitória de Lula no próximo domingo (1 de outubro).

O Partido dos Trabalhadores (PT) através dos advogados do Presidente do Partido, senhor Ricardo Berzoini, fez um pedido durante a tarde desta sexta-feira (29) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que este proibisse a divulgação das fotos pela imprensa.

O TSE por intermédio do Juiz Ministro José Delgado julgou não procedente a reclamação do PT. Segundo o ministro: "Não há comprovação de que o segredo de Justiça concedido pelo relator do procedimento acima indicado tenha se expandido a qualquer outro feito judicial ou de natureza investigatória em curso na Polícia Federal."

Polícia Federal se manifesta

A Polícia Federal colocou em seu website a seguinte declaração pública:

Em virtude das imagens divulgadas na tarde de hoje, 29 de setembro, o Departamento de Polícia Federal vem a público esclarecer que:

1. A Polícia Federal trabalha nas duas últimas semanas para elucidar por completo todos os fatos relacionados às ações iniciadas no dia 15 de setembro como desdobramento da Operação Sanguessuga. As investigações conduzidas pela equipe de policias federais de Mato Grosso que chefia o inquérito encontram-se em fase avançada e é certo que todos os envolvidos serão responsabilizados.

2. O Departamento de Polícia Federal é a Polícia Judiciária da União e como tal deve zelar por suas decisões, em especial nos casos de segredo de justiça, quando tem o dever de garantir que as informações contidas em inquéritos policiais não se tornem públicas.

3. Para esclarecer o episódio da divulgação das imagens do dinheiro apreendido, o que contraria decisão da Justiça Federal do Mato Grosso, a PF irá instaurar um procedimento disciplinar para averiguar as circunstâncias em que as fotos foram produzidas e divulgadas, e ainda se há algum servidor envolvido.

4. A PF esclarece que as fotos da apreensão realizada no dia 15 de setembro pemanecem sob segredo no inquérito que apura o caso.

Fotos são semelhantes àquelas do escândalo da cueca

As fotos dos dinheiro usado por petistas para comprar o dossiê não são muito diferentes daquelas liberadas pela Polícia Federal no escândalo da cueca, em que um integrante do Partido dos Trabalhadores (PT) foi detido com dólares escondidos na cueca (ou cuecão) e reais numa mala.

Nas fotos do dinheiro usado para comprar o dossiê aparecem notas de 100 dólares (com a figura de Benjamin Franklin).

Visualmente, a principal diferença é que no caso da cueca as notas estão presas com um elástico, enquanto que as notas usadas para comprar o dossiês estão presas com uma fita de papel do banco.

As fotos do dinheiro em Real são ainda mais parecidas. São vários pacotes de dinheiro em notas de 10, 20, 50 e 2 reais.

A outra grande diferença é que para o caso do dossiê a quantidade de dinheiro apreendida é bem maior.


Ver também

As fotos divulgadas por O Estado de S. Paulo do dinheiro apreendido que foi usado para comprar o dossiê (link externo, jornal O Estado de S. Paulo).

Referências

Fontes