Neve se forma no deserto do Saara

Fonte: Wikinotícias

20 de janeiro de 2021

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Por Meteored - Tempo

Houve um tempo em que a frase “Só quando nevar no Saara” era usada para indicar algo que nunca seria feito. Nos últimos anos, no entanto, a expressão perdeu a validade.

O fotógrafo Karim Bouchetata capturou, nas últimas semanas, um fenômeno que muitos pensavam ser improvável: a formação de neve no maior deserto quente do planeta.

No entanto, esta não é a primeira vez que o fenômeno ocorre. O fotógrafo já havia viralizado pela primeira vez em 2016, quando capturou a primeira nevasca do Saara em 37 anos.

Desde então, neve tem se formado com maior frequência, mas ainda deixa os moradores da região perplexos e entusiasmados. O fenômeno registrado em partes da Argélia e da Arábia Saudita impressiona pelos belos padrões que a neve formou nas dunas de areia.

Curiosamente, a cidade onde o fenômeno foi capturado também é conhecida como “A Porta do Deserto”: Ain Sefra, na Província de Naâma, está localizada a cerca de 1000 metros acima do nível do mar, em uma região cercada por montanhas. Os moradores foram pegos de surpresa quando as temperaturas caíram para -3 °C durante a noite na semana passada.

Nevascas também foram registradas na região de Asir, na Arábia Saudita. De acordo com o portal Al Arabiya, é a primeira vez que neve se forma na região em pelo menos 50 anos. O escritório de meteorologia do país emitiu alertas aos residentes, pedindo para que evitassem de se aventurar em lugares isolados e tentassem se manter aquecidos.

Relatos divulgados na mídia indicam que neve também caiu no Líbano, Síria e Irã - onde algumas regiões foram enterradas sob uma camada de neve de até um metro de altura. O fenômeno foi causado por uma onda polar que trouxe condições favoráveis à formação de neve em pleno deserto.

O Saara está localizado ao norte do Continente Africano. Com uma área de 9,2 milhões de quilômetros quadrados, abrange vários países e é o maior deserto quente do mundo, se estendendo desde o Mar Vermelho até o Oceano Atlântico.

A amplitude térmica do Saara é gigantesca - o que significa que a temperatura muda muito ao longo do dia. Durante a tarde, os termômetros podem marcar até 50 °C, mas não é raro que temperaturas próximas de 0 °C sejam registradas durante a madrugada.

Curiosamente, o Saara alterna seu clima entre um deserto seco e uma savana verde em ciclos que duram alguns milhares de anos - fenômeno causado pelo movimento do eixo da Terra. Isso significa que, dentro de alguns milhares de anos, a região deixará de ser um deserto e voltará a ter uma vegetação rica, caso as mudanças climáticas não mudem o padrão.

Veja as imagens capturadas pelo fotógrafo aqui.

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