Mundo pode ficar sem cacau até 2050 por causa do aquecimento global
13 de setembro de 2025
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Parece uma ideia alarmante, mas ela não pode ser descartada, após a Coalizão da Economia Verde da União Europeia fazer esta pergunta meses atrás. Acontece que os cacaueiros estão sendo duramente afetados pelo aquecimento global, principalmente na África, onde estão os maiores produtores da fruto e onde as ondas de calor estão cada vez mais extremas.
Em 2024, por exemplo, houve seis semanas com temperaturas acima de 32°C em 71% das áreas produtoras de cacau na Costa do Marfim, Gana, Camarões e Nigéria - temperaturas muito altas para o cultivo de cacau, que prefere temperaturas mais moderadas.
O aquecimento também produz mais umidade, o que por sua vez produz mais chuvas, o que também prejudica os cacaueiros. "Somente em julho de 2024 a Costa do Marfim registrou 40% mais chuva do que o esperado, submergindo plantações e danificando plantações. Em dezembro, as chuvas desapareceram, deixando os cacaueiros murchando sob o calor escaldante", explicou o analista Amarachi Clarke no portal da Coalizão.
Clarke adicionou que o impacto, no entanto, não se restringe à África, mas que "em todo o mundo, os países produtores de cacau estão sentindo o impacto literalmente".
A crise e os preços
A crise do cacau é vastamente conhecida e reconhecida por diversas organizações mundiais, inclusive pela Christian Aid e pelo Banco Mundial, e não começou agora. Em muitos países, inclusive, os sinais desta crise são barras de chocolate cada vez menores e com preços mais altos.
Além disso, quase mundialmente, incluindo no Reino Unido, o preço do chocolate subiu 400% desde 2023.
No Dia dos Namorados britânico meses atrás, o dono de uma fábrica de chocolates, Andy Soden, disse para a Christian Aid que ficou com medo de não conseguir comprar o produto. "É um pesadelo e não acho que alguma empresa envolvida com chocolates tenha evitado esse impacto. E tudo devido às mudanças climáticas", falou.
Crise de subsistência
A crise envolve também a cadeira produtiva, desde a produção nos pomares até as vendas nos balcões das chocolateiras. No entanto, os países economicamente mais vulneráveis, que são os produtores das frutas, na África, América Latina e Caribe, devem sofrer mais. Costa do Marfim e Gana, respectivamente 1º e 2º maiores produtores, são responsáveis por produzir 50% do cacau e gerar milhões de empregos com a atividade.
"O cultivo de cacau é um meio de vida vital para muitas das pessoas mais pobres do mundo", disse Osai Ojigho, Diretora de Políticas e Campanhas Públicas da Christian Aid.
Amelia, uma produtora de cacau de 24 anos da Guatemala, acrescentou, que suas "plantações estão morrendo por falta de água e, em termos de como isso me afeta, não há comida para minha família", segundo a Christian Aid.
Maiores produtores
Segundo a FAO, na média de 1994 - 2023 os cinco maiores produtores foram:
| País | Toneladas |
|---|---|
| Costa do Marcim | 1.54 t |
| Ghana | 0,65 t |
| Indonésia | 0,62 t |
| Nigéria | 0,33 t |
| Brasil | 0,24 t |
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[editar | editar código]Referências
[editar | editar código]Fontes
[editar | editar código]- Choc-free by 2050? The climate crisis coming for our cocoa, Green Economy Coalition, 27/02/2025
- Cocoa crisis: How chocolate is feeling the bite of climate change - February 2025, Christian Aid - Relief Web, 12/02/2025