Morre aos 83 anos, o ator egípcio Omar Sharif

Fonte: Wikinotícias
Omar Sharif em 2013.
Imagem: JJ Georges.

Cairo, Egito • 10 de julho de 2015

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Morreu hoje (10) aos 83 anos, no Cairo, capital do Egito o ator egípcio Omar Sharif, que ganhou fama internacional ao estrelar nos filmes épicos “Doutor Jivago” e “Lawrence da Arábia”. Nascido em Alexandria com nome de Michel Demitri Shaloub, adotou mais tarde o nome "Tarek Sharif" ("Nobre Tarek", em árabe).

Segundo a imprensa egípcia, o ator Sharif sofria de Alzheimer, motivo na qual esteve afastado da vida pública há anos, morreu em hospital da capital egípcia após sofrer ataque cardíaco, informou seu agente, Steve Kenis. Os rumores sobre a saúde do artista, começaram a circular durante o mês de maio, até que no dia 23 de maio, seu único filho Tarek Sharif, confirmou a doença ao jornal espanhol El Mundo. "Meu pai tem Alzheimer. É difícil determinar em que fase está", disse.

Tarek Sharif entrou para a história do cinema ao interpretar, em 1962, o Sherif Ali, no lendário Lawrence da Arábia, filme que conta a participação do arqueólogo e escritor britânico Thomas Edward Lawrence nas rebeliões árabes da Primeira Guerra Mundial, que na condição de coadjuvante dividiu a tela com Peter O’Toole.

Mas Sharif não foi a primeira opção do diretor David Lean para o papel de Sherif Ali. O ator originalmente escolhido, Alain Delon, foi dispensado por não ter a cor dos olhos apropriada. O produtor do filme foi ao Cairo em busca de um substituto e encontrou Sharif, que provou ser fluente em inglês e conseguiu o papel. O filme lhe rendeu uma indicação ao Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante. O filme ganhou sete Oscars, incluindo o de Melhor Filme e de Melhor Diretor para David Lean, enquanto Sharif recebeu sua única indicação para um Oscar, o de Melhor Ator Coadjuvante.

Também estrelou Doutor Jivago como papel principal outro grande filme dirigido por Lean de 1965, certamente o maior sucesso de sua brilhante careira. O eternizado personagem era um médico e poeta com história centrada na Rússia do início do século XX, na Primeira Guerra Mundial em 1914, a queda do czar Nicolau II durante a Revolução Russa de 1917 e as mudanças na sociedade russa, sobrevivendo através de sua arte e de seu amor por Lara. O filme levou cinco Oscars.

Após dos dois filmes Sharif, não alcançou o mesmo sucesso novamente, apesar disso, continuou sendo um ator requisitado por muitos anos, em parte graças a sua habilidade de interpretar pessoas de diferentes nacionalidades. Ele era fluente em árabe, inglês, francês, grego, italiano e espanhol, a filmografia de Sharif inclui Funny Girls (1968), com Barbra Streisand, e Che! (1969).

No filme Che! foi o argentino Ernesto Guevara, o italiano Marco Polo em “Marco the Magnificent”. Ouros bons filmes estrelados por Sharif são: “Funny Girl: A Garota Genial” (1968) e “Mar de Fogo” (2004). Seu último filme foi “Um Castelo na Itália” (2013). Fora dos sets de filmagem, Sharif ganhou fama como jogador de bridge. Ele passou grande parte dos últimos anos de sua vida no Cairo e no hotel Royal Moncean, em Paris.

Na década passada, Omar Sharif esteve problemas judiciais em outros países, o que acabou manchando a sua repurtação. Em 2003, foi preso na França por golpear com a cabeça, um segurança do cassino de Paris. Na época, Sharif foi preso, julgado e condenado a um mês de prisão, mas a pena foi suspensa. Em 2005, foi detido nos Estados Unidos por estar embriagado, ao agredir com tapa, soco contra cabeça (o que causou ferimento) e ofensa xenófoba contra manobrista Juan Anderson (na época com 48 anos) por ser "mexicano burro" (sem saber que ele era de origem guatemalteca) por não aceitar o pagamento da nota de 20 euros, ao invés dos 20 dólares num estacionamento de Los Angeles, para estacionar seu carro (Porsche Cayenne). No entanto, depois arrependido do feito, tentou subornar manobrista 50 dólares para que dissesse à Polícia que nada tinha acontecido e denunciou o ator pela agressão. Em 2007, foi condenado a dois anos de prisão, cumprindo em liberdade condicional e a fazer 15 sessões de terapia para controlar a raiva.

Fontes