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Ministros do Brics participam da última plenária da reunião de chanceleres no Rio

Fonte: Wikinotícias
Logotipo do BRICS durante a presidência brasileira em 2025

29 de abril de 2025

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Nessa terça (29), os diplomatas dos países do Brics estiveram presentes na última sessão plenária do encontro de chanceleres do grupo, realizada no Palácio do Itamaraty, localizado no centro do Rio de Janeiro. Em seguida, os ministros não emitiram um comunicado conjunto, que devia servir de base para a Declaração Final da Cúpula de Líderes do grupo, agendada para julho, também na cidade do Rio de Janeiro.

O encontro foi o primeiro compromisso oficial dos ministros das Relações Exteriores do Brics após a ampliação do grupo, que agora conta com 11 nações-membros e nove países associados. O debate girou em torno do "O papel do Sul global no reforço do multilateralismo".

O trabalho, sob a liderança do embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, conta com a colaboração do embaixador da Índia Dammu Ravi, além dos ministros das Relações Exteriores de outros países que integram o grupo - Wang Yi (China), Sergey Lavrov (Rússia) e Ronald Lamola (África do Sul).

Na abertura do primeiro dia de debates, nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil considerou "inaceitáveis" a continuação dos ataques israelenses em Gaza e a persistente obstrução da assistência humanitária. Mauro Vieira iniciou o debate afirmando que os processos internacionais continuam lentos, politizados e, ocasionalmente, paralisados diante de demandas urgentes.

Os chanceleres do Brics também debateram a função do grupo na superação de desafios mundiais e crises geopolíticas regionais, bem como no reforço dos sistemas de paz e segurança. Como anfitrião da cúpula do Brics em 2025, o Brasil será o anfitrião, agendada para os dias 6 e 7 de julho, também na cidade do Rio.

Após a última reunião

Durante uma entrevista coletiva após o encontro de chanceleres do Brics, realizado no Rio de Janeiro, Sergei Lavrov, o ministro da diplomacia da Rússia, avaliou que a sugestão do presidente Vladimir Putin de um cessar-fogo de três dias no começo de maio no conflito na Ucrânia representa o começo das negociações diretas com Kiev, "sem condições prévias". No entanto, ele discorda de uma proposta de Kiev para uma pausa ainda mais extensa, de 30 dias.

Ele também expressou entusiasmo com as negociações para restabelecer as relações com os Estados Unidos, que estavam quase interrompidas desde o começo da invasão ucraniana, em fevereiro de 2022.

Lavrov declarou aos jornalistas que a sugestão de um cessar-fogo de três dias, que ocorrerá no Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, de 8 a 10 de maio, pode ser vista como o começo concreto do diálogo direto com Kiev para pôr fim ao conflito. Excetuando conversas ocasionais e mediadas por mediadores, como a recente troca de prisioneiros, os dois lados não discutem abertamente o término da guerra desde 2022.

Também questionou a forma como o monitoramento do cessar-fogo seria realizado, dizendo que "sabemos muito bem o preço dessas declarações. Há um mês e meio ou dois, Kiev emitiu avisos terríveis de que não aceitaria nenhuma trégua. Radicais europeus estavam incitando o regime de Kiev a continuar nessa linha".

Lavrov, além da guerra, demonstrou entusiasmo com as negociações para restabelecer as relações com os Estados Unidos, que estavam praticamente interrompidas desde a invasão da Ucrânia, há pouco mais de três anos. Ele considera isso como um avanço esperado e não deve ser visto como algo extraordinário.