Ministro da Fazenda do Brasil nega denúncias de ex-assessor e diz que não é insubstituível

Fonte: Wikinotícias

Brasil • 21 de agosto de 2005

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Durante quase duas horas o Ministro da Fazenda do Brasil, Antonio Palocci, se defendeu das acusações feitas por seu ex-secretário na prefeitura de Ribeirão Preto, o advogado Rogério Tadeu Buratti, que dissera que o ministro, durante sua gestão na prefeitura, recebia um "mensalão" de R$ 50 mil de empresas do serviço de coleta de lixo. Palocci negou veementemente as denúncias e disse que está disponível para prestar qualquer esclarecimento que se julgue necessário. Ele também disse que não é insubstituível, mas que fica no cargo.

Por volta das 12h10, no horário local de Brasília, neste domingo (21), o Ministro da Fazenda Antonio Palocci começou uma entrevista coletiva com a imprensa para explicar as recentes denúncias feitas por seu ex-secretário Rogério Tadeu Buratti à polícia da Delegacia Seccional de Ribeirão Preto.

A entrevista durou cerca de duas horas e terminou próximo das 14h20. Na primeira parte, Palocci começou fazendo alguns comentários sobre os recentes acontecimentos que envolvem a sua figura. Em seguida, ele respondeu às perguntas feitas pelos jornalistas que estavam presentes.

O ministro começou a coletiva se defendendo das acusações feitas por Buratti e veiculadas pela imprensa: "Em primeiro lugar, quero negar categoricamente e com veemência estas denúncias. Eu não recebi e não autorizei que recebessem recursos para o Diretório Nacional do PT ou para outras instâncias do PT durante esse período ou qualquer outro período".

Palocci disse que não houve nenhuma irregularidade durante a sua administração na prefeitura de Ribeirão Preto, como aquela descrita por seu ex-assessor. Indagado se por ventura aquelas irregularidades poderiam ter acontecido sem o seu conhecimento, Palocci respondeu que não, pois se tivesse havido algo daquela natureza, não haveria como passar despercebido. Portanto, garantiu Palocci, em sua administração em Ribeirão Preto nunca houve algo como a cobrança irregular de mesadas de empresários do setor da coleta de lixo.

O ministro disse que teve contatos sociais com Rogério Buratti e que houve por um período de tempo uma relação de amizade entre a sua família com a do advogado. Contudo, Palocci disse que depois que deixou de ser prefeito, se distanciou do ex-assessor: "O Rogério Buratti não se transformou a partir daí num inimigo meu, tampouco num amigo. Ele era amigo, mas depois que saiu do governo, se distanciou da minha pessoa e da minha família. As famílias se conhecem, mas elas se distanciaram".

Palocci ressaltou que os encontros que teve com Rogério Buratti, enquanto ministro, foram esporádicos e ao acaso, em eventos sociais, de cunho pessoal e nunca profissional. O ministro negou que tenha sido procurado por Buratti para agendar encontros com empresários ou que tenha se encontrado com empresários a pedido de Buratti.

Ainda na parte inicial da entrevista, Antonio Palocci disse que não é insubstituível e que sugeriu seu afastamento temporário ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não aceitou, por não julgar necessário: "O presidente Lula pediu para que eu transmitisse a vocês a sua decisão. Ele não deseja que eu não saia do Ministério da Fazenda. Ele disse que não autorizará o meu afastamento, mesmo temporário."

O Ministro da Fazenda criticou a matéria da edição 1919 da revista brasileira Veja, que circula nas bancas esta semana. A revista traz uma entrevista com o doleiro Toninho da Barcelona, com sérias acusações contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e as denúncias que Buratti fez sexta-feira (19) contra o ministro Palocci. A revista disse que teve acesso aos documentos colhidos pela Justiça em aproximadamente dois anos de investigação, entre os quais: emails e grampos telefônicos. Segundo Veja, esses documentos contêm indícios graves do envolvimento de Palocci, enquanto ministro, com Rogério Tadeu Buratti e seus comparsas.

Antonio Palocci desqualificou as gravações telefônicas e os emails apontados pela revista. Segundo Palocci, nas gravações e nos emails seu nome não é citado e deu a entender que é uma especulação dizer que as expressões que aparecem nas gravações: "chefe", "ele" e "mestre" sejam uma referência a sua pessoa.

Reportagem original
Reportagem original
Esta notícia contém reportagem original de um Wikicolaborador.

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