Militares dão Golpe de Estado e derrubam o presidente de Burkina Faso após violentos protestos populares
30 de outubro de 2014
Protestos populares que iniciaram na última terça-feira (28) terminou hoje de forma violenta com tumultos, saques e repressão em Ouagadougou (capital de Burkina Faso). Durante os protestos, foram incendiados e atacados o Parlamento, vários comércios, assim como bloqueios nas ruas com pneus e outros materiais que foram incendiados. A rádio e a TV estatal RTB foram invadidos e as transmissões interrompidas.
Houve também relatos de que a segunda maior cidade do país, Bobo-Dioulasso, também houve tumultos, saques e repressão, levando a suspeita de que os eventos não se restringiam apenas na capital, que levaram os países vizinhos a fechar as suas fronteiras para evitar que a violência se alaste em países vizinhos.
Os motivos para os protestos populares sem precedentes já ocorriam a dois dia foi a tentativa do presidente Blaise Compaoré, tentar concorrer nova reeleição com maioria parlamentar. Blaise Compaoré está no poder há 27 anos, quando em 1987, deu Golpe de Estado que derrubou e matou o antecessor Thomas Sankara.
Após violento protesto, Compaoré anunciou ter retirado o projeto de reforma constitucional do Congresso, que no entanto, o descontentamento já estava entre os cidadãos.
Saldo
Segundo Benewende Sankara (sem nenhum parentesco com Thomas Sankara), um dos principais líderes da oposição, afirma que as cidades de Burkina Faso deixaram cerca de 30 mortos e mais de 100 feridos.
Sankara não informou se o balanço dizia respeito a todo o país ou apenas à capital, Ouagadougou. O opositor, que já disputou a chefia de Estado com Compaoré, disse que a saída do presidente do poder “não é negociável”.
Queda de Blaise Compaoré
O general Honoré Traoré, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, compareceu ante à imprensa, lido por um oficial em entrevista coletiva, para anunciar a dissolução do Governo e o Parlamento, para formar um Governo de Transição, a instauração de um recolher obrigatório e a criação de um órgão de transição.
Segundo o comunicado, os poderes Executivo e Legislativo, serão assumidos por um órgão de transição, a ser criado “em concertação com todas as forças vivas da nação” e cujo objetivo é o “regresso à ordem constitucional” em um “período de 12 meses”.
Um recolher obrigatório é imposto “sobre o conjunto do território entre as 19h e as 6h”, para “preservar a segurança das pessoas e bens”, disse o texto.
Reações
O líder da União para o Renascimento/Movimento Sankarista de Burkina Faso disse ainda que a oposição se encontrou com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Honoré Traoré, a quem pediu para “seguir o caminho do povo” e “não disparar” sobre ele. Mas “o chefe do Estado-Maior fez um golpe de Estado”, acrescentou Sankara.
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Blaise Compaoré
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Assembleia Nacional (Assemblee Nationale), o Parlamento burquinense em 10 de Janeiro de 2013, antes do saque e incêndio
Fontes
- Da Agência Lusa. Cerca de 30 pessoas morreram em protestos em Burkina Faso — Agência Brasil, 31 de outubro de 2014, 7hs14min
- ((es)) José Naranjo. El Ejército toma el control del poder en Burkina Faso — El País, 30 de outubro de 2014
- ((es)) Miles de personas piden en Burkina Faso el fin del poder de Compaoré — El País, 30 de outubro de 2014
Esta notícia é uma tradução completa ou parcial de "Cae el gobierno de Burkina Faso tras violentas protestas", proveniente de Wikinotícias em Espanhol em sua versão de 31 de outubro de 2014. |
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