Metade da população mundial enfrentou calor extremo devido às mudanças climáticas
31 de maio de 2025
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Metade do mundo sofreu um mês adicional de calor extremo no último ano devido às mudanças climáticas causadas pelo homem, revelou um novo estudo na sexta-feira.
As descobertas ressaltam como a queima contínua de combustíveis fósseis está prejudicando a saúde e o bem-estar em todos os continentes, com efeitos especialmente pouco reconhecidos nos países em desenvolvimento, disseram os autores.
“Com cada barril de petróleo queimado, cada tonelada de dióxido de carbono liberada e cada fração de grau de aquecimento, as ondas de calor afetarão mais pessoas”, disse Friederike Otto, climatologista do Imperial College London e coautora do relatório.
A análise — conduzida por cientistas da World Weather Attribution, Climate Central e do Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho — foi divulgada antes do Dia Mundial de Ação contra o Calor, em 2 de junho, que este ano destaca os perigos da exaustão e da insolação.
Para avaliar a influência do aquecimento global, os pesquisadores analisaram o período de 1º de maio de 2024 a 1º de maio de 2025.
Eles definiram "dias de calor extremo" como aqueles com temperaturas superiores a 90% das registradas em um determinado local entre 1991 e 2020.
Usando uma abordagem de modelagem revisada por pares, eles compararam o número desses dias com um mundo simulado sem aquecimento causado pelo homem.
Os resultados foram contundentes: cerca de quatro bilhões de pessoas — 49% da população global — vivenciaram pelo menos 30 dias a mais de calor extremo do que vivenciariam sem esse tipo de aquecimento.
A equipe identificou 67 eventos de calor extremo durante o ano e encontrou a marca das mudanças climáticas em todos eles.
A ilha caribenha de Aruba foi a mais afetada, registrando 187 dias de calor extremo — 45 a mais do que o esperado em um mundo sem mudanças climáticas.
O estudo acompanha um ano de temperaturas globais sem precedentes. 2024 foi o ano mais quente já registrado, superando 2023, enquanto janeiro de 2025 marcou o janeiro mais quente de todos os tempos.
Em uma média de cinco anos, as temperaturas globais estão agora 1,3 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais — e somente em 2024, ultrapassaram 1,5°C, o teto simbólico estabelecido pelo Acordo Climático de Paris.
O relatório também destaca uma grave falta de dados sobre os impactos do calor na saúde em regiões de baixa renda.
Embora a Europa tenha registrado mais de 61.000 mortes relacionadas ao calor no verão de 2022, números comparáveis são escassos em outros lugares, com muitas mortes relacionadas ao calor atribuídas erroneamente a condições subjacentes, como doenças cardíacas ou pulmonares.
Os autores enfatizaram a necessidade de sistemas de alerta precoce, educação pública e planos de ação contra o calor adaptados às cidades.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- ((en)) Half of global population faced extreme heat due to climate change: Study — IFP Media Wire, 31 de maio de 2025