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Líder sírio diz à ONU que ações israelenses podem causar 'novas crises' na região

De Wikinotícias

24 de setembro de 2025

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Nessa quarta (24), em um discurso na ONU, o líder sírio Ahmed al-Sharaa advertiu que as operações israelenses no território da Síria poderiam levar a "novas crises" no Oriente Médio.

A fala começou relembrando como o regime criado por Hafez al-Assad em 1971 e passado para seu filho Bashar foi caracterizado pela severa repressão ao povo, por meio de "depravação, injustiça, tortura e uso de armas químicas", em alusão ao suposto uso desses armamentos durante a guerra civil que teve início em 2011.

Um conflito que, segundo ele, "despedaçou" a Síria, intensificando divisões, agravando a repressão estatal e ceifando vidas. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG com sede em Londres, até o final de 2024, 507 mil pessoas perderam a vida.

"Por longos anos, sofremos injustiça, privação e opressão. Então, nos erguemos para reivindicar nossa dignidade", afirmou al-Sharaa, referindo-se ao levante que depôs o governo de Bashar al-Assad em dezembro passado, e disse que "esta conquista síria única e a solidariedade entre nossos povos nos levaram a tentar erradicar o sectarismo e a lutar contra as tentativas de dividir nosso país, mais uma vez".

Al-Sharaa assumiu a presidência do país no final do ano passado e, desde então, tem se esforçado para demonstrar ao mundo que, além de novos nomes em Damasco, há um verdadeiro desejo de se integrar à comunidade internacional. "A Síria transformou-se de um exportador de crises em uma oportunidade de paz para a Síria e para a região", afirmou.

Na ONU, mencionou ações para reformar as instituições, abolir instrumentos de repressão estatal e promover a pacificação da sociedade. Este último aspecto ainda é polêmico devido aos recentes confrontos envolvendo as minorias sírias, que resultaram em centenas de mortes. No próximo mês, ocorrerão as primeiras eleições para a Assembleia do Povo. No entanto, a decisão de permitir que o presidente escolha um terço dos novos parlamentares gerou críticas.