Jornalista detido por espionagem na Polônia leva caso ao Tribunal Europeu

Fonte: Wikinotícias

26 de outubro de 2022

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Em cartas da prisão, o jornalista freelance Pablo Gonzalez alegou que agentes do serviço secreto lhe disseram para “comer moscas ou insetos” se quisesse manter seus níveis de proteína.

Gonzalez, que está sob custódia na Polônia há oito meses – quase inteiramente em confinamento solitário – disse em cartas que ele não recebe comida suficiente.

Classificado como “prisioneiro perigoso” pelas autoridades polonesas, o jornalista, que não tem antecedentes criminais, disse que é algemado e acompanhado por até cinco guardas toda vez que sai de sua cela.

Gonzalez está agora levando um caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo, buscando garantir sua libertação sob o argumento de que os termos de sua prisão violam seus direitos constitucionais.

Em Madri, na terça-feira, organizações de mídia e advogados realizaram uma manifestação em frente ao Ministério das Relações Exteriores da Espanha em apoio a Gonzalez e entregaram uma carta de protesto à embaixada polonesa em Madri.

Em fevereiro, a Polônia ordenou que Gonzalez fosse mantido em prisão preventiva enquanto as autoridades investigam alegações de que ele estava espionando para a Rússia – acusações que o jornalista negou. Esse período de pré-julgamento foi estendido em agosto por mais três meses.

Ele também alega que as cartas recebidas estariam sendo abertas e traduzidas pelo promotor e mantidas por semanas antes de serem entregues. O jornalista alega que isso viola o direito constitucional à vida familiar.

Gonzalez teve contato apenas com seu advogado polonês e o cônsul espanhol, mas não recebeu ligações ou visitas de sua família na Espanha, segundo pessoas a par do caso.

“Gonzalez vive em condições física e mentalmente insuportáveis; sua cela onde ele está sozinho, tem uma janela que não abre”, acrescentam os jornais.

Um porta-voz da promotoria polonesa disse em um comunicado que “devido à natureza do processo” não poderia divulgar nenhum detalhe do caso contra Gonzalez.

A declaração dizia: “Gonzalez tem todos os direitos e obrigações decorrentes das disposições do Código de Processo Penal e do Código Penal Executivo, incluindo as condições de isolamento em prisão preventiva, bem como contatos telefônicos e visitas”.

Fontes