Indignação em Valência enquanto 130.000 protestam contra a resposta da Espanha às inundações mortais
10 de novembro de 2024
Estima-se que 130.000 pessoas foram às ruas de Valência no sábado, protestando contra a forma como o governo lidou com as recentes inundações catastróficas que ceifaram mais de 220 vidas, exigindo responsabilidade das autoridades regionais.
Dezenas de milhares de manifestantes encheram as ruas de Valência, condenando a resposta política às inundações devastadoras que deixaram pelo menos 223 mortos.
A multidão, carregando uma faixa que pedia a renúncia do presidente regional de Valência, Carlos Mazon, expressou raiva pelo que considerou má gestão e negligência.
O protesto, originalmente organizado como uma marcha silenciosa, rapidamente se tornou vocal, com gritos como "Assassino", "Enquanto ele estava jantando, as pessoas estavam se afogando" e "Estamos cobertos de lama, você está coberto de sangue" ecoando pelo centro da cidade.
As tensões aumentaram quando os manifestantes entraram em confronto com a polícia do lado de fora da prefeitura de Valência, aumentando a intensidade da noite.
Os organizadores da marcha chamaram o governo valenciano de "incompetente", afirmando que todo o gabinete deveria renunciar.
"Eles não sabiam como administrar uma catástrofe natural, não sabiam como nos alertar a tempo, não sabiam como organizar a limpeza e, claro, não serão capazes de lidar com a reconstrução de que Valência precisa", disse um porta-voz do protesto à Europa Press.
Doze dias após a chegada do sistema de tempestades, as autoridades confirmaram 223 mortes, com 48 corpos ainda não identificados, de acordo com o ministro dos Transportes, Oscar Puente. Outras 78 pessoas continuam desaparecidas.
Grande parte das críticas tem como alvo o governo valenciano por alertas de emergência atrasados, que foram enviados para os telefones dos moradores somente depois que o pior das inundações passou.
Esse atraso, muitos acreditam, deixou as vítimas despreparadas, especialmente aquelas presas em veículos ou nos andares inferiores dos edifícios.
A mídia espanhola informou nesta semana que Mazon teria almoçado com um jornalista até as 18h do dia das enchentes, chegando com mais de duas horas de atraso a uma reunião de emergência onde os alertas foram discutidos.
Os manifestantes também destacaram o tempo de resposta lento, observando que algumas cidades permaneceram isoladas por dias antes que a ajuda chegasse até elas.
Quatro dias após o desastre, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reconheceu as deficiências, afirmando que as autoridades "devem fazer melhor".
Os críticos também culparam o governo central da Espanha por se recusar a declarar estado de emergência, o que teria permitido respostas mais coordenadas.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- ((en)) Outrage in Valencia As 130,000 Protest Spain’s Response to Deadly Floods — Tasnim News Agency, 10 de novembro de 2024
Esta notícia é uma transcrição parcial ou total da Tasnim News. |