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Governo Lula diz que Rubio terá que fazer o que Trump quiser sobre o Brasil, e não o contrário

De Wikinotícias

6 de outubro de 2025

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Nessa segunda (6), a nomeação de Marco Rubio, chefe da diplomacia dos Estados Unidos, para liderar as negociações entre a equipe de Donald Trump e a equipe de Lula a respeito dos dois países foi considerada irrelevante por membros do governo do petista.

Bolsonaristas comemoraram a indicação do secretário de Estado por Trump como representante junto ao governo brasileiro. "Golaço!", exclamou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que apoia sanções contra o Brasil para tentar impedir a prisão de seu pai, Jair Bolsonaro.

Dois ministros presentes no Palácio da Alvorada durante a conversa de Lula com Trump na manhã desta segunda-feira (6) afirmam que Rubio precisará acatar as decisões de Trump se o presidente dos Estados Unidos realmente deseja, como demonstra publicamente, restabelecer as relações entre os dois países.

"O Rubio é que presta contas ao Trump, e não o contrário", afirma um deles. "Ele vai seguir a orientação do presidente dos Estados Unidos. Se ela for a de acertar as contas com o Brasil, ele vai seguir. Não vai melar nem atrapalhar", acrescentou.

Um outro ministro afirma que a indicação de Rubio "foi uma decisão meramente burocrática, por ele chefiar a diplomacia dos Estados Unidos. É como se o Lula tivesse indicado o [chanceler] Mauro Vieira para coordenar as conversas".

O presidente fez a declaração em uma entrevista exclusiva à TV Mirante, do Maranhão, algumas horas após a ligação. Trump designou Rubio como a autoridade encarregada de negociar a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

Os ministros brasileiros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda) estão em negociação.

A ligação telefônica entre Trump e Lula, que durou aproximadamente 30 minutos, concentrou-se em assuntos econômicos, particularmente nas tarifas de 50%. "Ele disse que vai dar tudo certo e o mais importante: sabe o que aconteceu no fim da conversa? Ele me deu o telefone pessoal dele e eu dei o meu, para que a gente não precise de intermediário para fazer as coisas boas para os Estados Unidos e o Brasil", acrescentou Lula.