Governadores alertam para risco de colapso total em rede hospitalar

Fonte: Wikinotícias

15 de março de 2021

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A pandemia de coronavírus pode provocar um colapso em hospitais públicos e privados do país até o fim de março. O alerta é de governadores que participaram nesta segunda-feira (15) de uma audiência pública promovida pela comissão temporária do Senado que acompanha a evolução da covid-19. O encontro contou com os governadores de São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Sul.

O governador de São Paulo, João Doria, disse que a pandemia de coronavírus provocou sobrecarga na rede hospitalar, especialmente nos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Para ele, a estrutura está “à beira de um colapso total”.

Jovens com 18, 19, 20 e 25 anos sendo hospitalizados em UTIs. São Paulo tem a mais robusta estrutura hospitalar da América Latina, em hospitais públicos e privados. Já estamos chegando quase a 90% da ocupação de todos os leitos e rapidamente tendo uma necessidade de disponibilizar mais leitos. E o problema não é disponibilizar mais leitos: é não termos recursos humanos. Não há condição de formarmos profissionais para as ações em UTIs. Estamos todos no Brasil vivendo um momento de profunda dificuldade e à beira de um colapso total — disse.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, advertiu que “a velocidade e a agressividade do vírus” aceleraram a demanda por novos leitos de UTI. Ele relatou que, há apenas um mês, o estado tinha 800 pacientes em leitos para covid-19. Agora, são mais de 2,5 mil, além outros 6 mil em leitos clínicos.

A escalada do mês de fevereiro foi cinco vezes mais agressiva do que se viu nas outras ondas. Fugiu completamente ao normal da própria pandemia. Vamos até o inicio do mês de abril com crescimento de ocupação de leitos e vamos ter ainda, infelizmente, aumento de mortalidade por mais algumas semanas. Tivemos no ano passado cerca de 500 óbitos por semana. Já estamos em 1,2 mil. E, infelizmente, as projeções indicam que chegaremos a 2 mil óbitos por semana — afirmou.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que a situação do estado se agravou muito na última semana: a ocupação de leitos saltou de 70% para 88%. Ele lembra que a maioria dos estados brasileiros atravessa situação semelhante — o que pode impactar o número de mortos, que já ultrapassa os 278 mil.

“Estamos com mais de 20 estados com o sistema em colapso. Enquanto o sistema está atendendo, o óbito pode ser um pouco mais controlado. Depois que o sistema entra em colapso, as pessoas passam a perder a vida em leitos de unidades de pronto atendimento. Este é um problema grave”, alerta.

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