Ex-ministros do Governo Lula, José Dirceu e Anderson Adauto, são retirados do processo de improbidade administrativa no "Escândalo do Mensalão"
Brasília, Distrito Federal • 17 de janeiro de 2009
Os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Anderosn Adauto (Transportes) tiveram seus nomes retirados de um dos processos do mensalão ontem a tarde. A decisão foi do juiz Alaôr Piacini, da 9ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
De acordo com o magistrado, Dirceu e Adauto não podem responder por crime de improbidade administrativa (uso de cargo público para conseguir vantagem ilícita) por terem ocupado o posto de ministros de Estado. Contudo, Piacini afirma que os dois teriam que ser enquadrados no crime de responsabilidade (infração causada por agentes de alto escalão do governo federal).
José Dirceu e Anderson Adauto ainda estão envolvidos em outros quatro processos por improbidade e uma ação penal movida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), na qual também foram acusados o ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o empresário Marcos Valério.
O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com a ação contra Dirceu às vésperas de perder o mandato como deputado federal, cassado pela Câmara, em 1º de dezembro de 2005, quanto teve o mandato cassado por participar no Escândalo do Mensalão, mas agora a Justiça Federal considerou "não haver quaisquer indícios de ato de improbidade" praticada pelo ex-ministro.
Já o Anderson Adauto, conseguiu se reeleger como prefeito de Uberaba, Minas Gerais, em 2008, apesar dos adversários explorarem as denúncias de corrupção quando era ministro, mas em 5 de novembro do ano passado, foi afastado do cargo em razão das denúncias de "caixa 2" na prefeitura e no Mensalão, em que está envolvido na "Máfia das Parasitas" (esquema de fraudes em centenas de licitações em 21 hospitais públicos de São Paulo e em 29 prefeituras de quatro Estados). A investigação sobre o contrato de Uberaba ocorreu paralelamente à da Polícia Civil de São Paulo, que levou à deflagração da Operação Parasitas.
O blog do Ricardo Noblat foi o primeiro a divulgar a notícia, no início da manhã de ontem. Dirceu tem o blog em que noticiou o fato, em que usa para atacar a oposição e elogiar o atual governo.
A notícia da retirada de processo contra dois mensaleiros ocorre menos de um dia depois que Marcos Valério saiu da cadeia de Tremembé (147 km de São Paulo) no final da tarde do dia 15, depois de ficar 97 dias na cadeia, após a Polícia Federal deflagou a Operação Avalanche em 8 de outubro do ano passado. Na época, Valério foi preso por extorsão e tentativa ajudar o amigo na cervejaria de Petrópolis, no Rio de janeiro.
Notícias Relacionadas
- Presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes, aceita o pedido de habeas-corpus ao empresário Marcos Valério, Wikinotícias, 15 de janeiro de 2009
- Marcos Valério deixa a prisão, Wikinotícias, 16 de janeiro de 2009
Fontes
- Justiça afasta Anderson Adauto da prefeitura de Uberaba-MG — Verdes Mares, 5 de novembro de 2008
- Ricardo Noblat. Dirceu excluído de processo relacionado ao mensalão [inativa] — Blog do Noblat, 16 de janeiro de 2009. Página visitada em 17 de janeiro de 2009
. Arquivada em 18 de janeiro de 2009 - José Dirceu e Anderson Adauto são retirados de processo do mensalão [inativa] — abril.com, 16 de janeiro de 2009. Página visitada em 17 de janeiro de 2009
. Arquivada em 1 de fevereiro de 2009 - Carolina Brígido. Mensalão: juiz exclui José Dirceu de ação civil por improbidade administrativa [inativa] — O Globo, 16 de janeiro de 2009. Página visitada em 17 de janeiro de 2009
. Arquivada em 17 de janeiro de 2009 - Sidney Rezende. José Dirceu é excluído de processo do escândalo do mensalão — Blog do Sidney Rezende, 16 de janeiro de 2009
- Dirceu e Adauto são excluídos de processo por improbidade — DCI, 16 de janeiro de 2009
- Juiz exclui prefeito de ação referente a mensalão — Jornal de Uberaba, 16 de janeiro de 2009
- José Drceu. Do Blog do Noblat, hoje [inativa] — Blog do Zé Dirceu, 16 de janeiro de 2009. Página visitada em 17 de janeiro de 2009
. Arquivada em 4 de fevereiro de 2009
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