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Em chuva recorde, Piracicaba registra 205 mm em nove dias: alagamentos, queda de árvores e Rio em estado de emergência

Fonte: Wikinotícias

Acumulado nos primeiros sete dias chegou a 148,9 mm, segundo a Esalq, cerca de 428% acima da média histórica para o mesmo período e o maior desde que as medições começaram em 1917. Houve queda de árvores, enxurrada, alagamentos e danos à infraestrutura.

Jardim da Escola Estadual Professor Augusto Saes está alagado desde a quinta-feira (7)

9 de novembro de 2024

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Piracicaba foi uma das cidades que mais sofreram com as chuvas persistentes que atingiram o estado de São Paulo. Nos nove primeiros dias do mês de novembro de 2024, houve uma alta precipitação acumulada, que somou 205 mm, segundo o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO). O volume considerável de chuvas, que ultrapassou a média histórica para o mês inteiro de 135,9 mm, resultou em transtornos diversos, com alagamentos, queda de árvores, enxurradas e danos à infraestrutura. Além disso, o Rio Piracicaba chegou a atingir estado de emergência na noite da sexta-feira (8). As precipitações, embora não tenham ocorrido em forte intensidade em sua maioria, se distribuíram ao longo de vários dias, resultando em um grande acumulado.

Tempestade isolada e microburst no dia 1º

Na tarde de 1º de novembro, uma tempestade isolada, típica da primavera e com características de microburst, atingiu a Zona Oeste de Piracicaba. Houve interrupção temporária de energia elétrica em algumas residências na área afetada. Não foram registrados maiores danos.

Acúmulo significativo nos dias 2 e 3 de novembro

Entre os dias 2 e 3 de novembro, Piracicaba registrou uma chuva moderada, que acumulou 84 mm, tornando-se um dos volumes mais expressivos no estado de São Paulo nesse período. As chuvas, concentradas principalmente no dia 3, ocorreram de maneira bem distribuída ao longo do dia, o que contribuiu para minimizar os impactos, como alagamentos ou deslizamentos, e permitiu a absorção gradual pelo solo. Assim, a cidade não enfrentou grandes transtornos nesses dias.

Queda de árvore no bairro Campestre

Árvore caiu em colina do Campestre

Na madrugada de 4 de novembro, a combinação de solo úmido com ventos moderados contribuiu para a queda de uma árvore de médio porte em um terreno situado em uma colina do bairro Campestre, na fronteira com o Jardim Itapuã. A árvore caiu muito próxima de um rebanho. Não houve feridos.

Retorno das chuvas e novos incidentes

Após um intervalo de dois dias, as chuvas retornaram no dia 6 de novembro com intensidade moderada. Na manhã do dia 7, uma árvore de grande porte caiu no bairro São Dimas, afetada pelo solo úmido. A árvore, alvo de reclamações dos moradores há 14 anos, atingiu um carro e uma residência, sem registro de feridos.

Enxurrada no bairro Campestre: "Nunca vi tanta água!"

No início da manhã de 8 de novembro, uma enxurrada atingiu o Campestre, invadindo sete casas, levando lama e causando a queda de um muro e o dano a uma horta. Moradores relataram o impacto da enxurrada, que deixou residências sujas de lama. Uma moradora, em entrevista à EPTV, comentou que nunca tinha visto tanta água.

Rio Piracicaba atinge estado de emergência

No dia 7 de novembro, o Rio Piracicaba entrou em estado de atenção e, no dia 8, após um novo aumento, voltou ao mesmo nível de alerta, antes de elevar-se ainda mais e atingir o estado de emergência na noite do mesmo dia, alcançando um pico de 4,57 metros às 23h. O aumento no nível do rio representou um risco para as áreas próximas às margens, sendo monitorado pela Defesa Civil para prevenir incidentes maiores.

Jardim da Escola Estadual Professor Augusto Saes alagado na quinta-feira (7)

Jardim de escola estadual alagado

Outro impacto ocorreu no jardim que cerca a quadra esportiva da Escola Estadual Professor Augusto Saes, no bairro Nova América. Após uma manhã chuvosa em 7 de novembro, o terreno ficou alagado, dificultando o acesso dos alunos às mesas e bancos localizados na outra extremidade da área, além de causar transtornos para aulas realizadas ao ar livre. O excesso de umidade no solo foi identificado como a principal causa, já que o terreno não conseguia mais absorver água, resultando em um acúmulo que se mantém até hoje, inclusive, formando um “riacho” temporário no local.

Acumulado de chuvas e dados históricos

Até o dia 7 de novembro, as medições da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) apontaram um acumulado de 148,9 mm, que representava um volume 9,5% superior à média histórica do mês, de 135,9 mm, além de um aumento de 428% em relação à média para a primeira semana de novembro, estabelecida em 25,7 mm. Esse foi o maior valor para a primeira semana de novembro em mais de um século de medições, iniciadas em 1917. Até o dia 9, o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO) registrou 205 mm de precipitação.

Reportagem original
Reportagem original
Esta notícia contém reportagem original de um Wikicolaborador.