Dinheiro, espionagem e ameaças de morte: o divórcio do emir de Dubai e da princesa Haya da Jordânia se torna o mais caro e um dos mais polêmicos do Reino Unido

Fonte: Wikinotícias

26 de dezembro de 2021

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Este que poderia ter sido considerado um dos casamentos perfeitos no seio da realeza mundial, quando alguém de sangue azul se casa com outro nascido na mesma condição, o relacionamento entre o emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, e a princesa Haya da Jordânia, filha do falecido rei Hussein e irmã do atual monarca jordaniano, Abdullah II, acabou num verdadeiro drama. E não só porque o emir terá que se desfazer de mais de 700 milhões de dólares para que Haia e os dois filhos do casal possam manter seu elevadíssimo nível de vida, que inclui um estábulo com cavalos puro-sangue que correm nas carreiras anuais de Ascot, mas também porque ele acabará desembolsando parte deste dinheiro para que a princesa possa se cercar de forças de segurança de elite que a protejam vitaliciamente - e aos filhos - dele próprio.

A polêmica em torno do que é até agora o divórcio mais caro no Reino Unido começou em meados de 2019, quando a imprensa reportou que Haya, sexta esposa do emir, havia fugido de Dubai e pedido asilo na Alemanha. No entanto, no dia 03 de julho a BBC noticiou que ela estaria em Londres, morando com os dois filhos em uma mansão próxima ao Palácio de Kensington, residência oficial do príncipe William e de outros membros da família real britânica. Segundo a imprensa também, Haya teria pedido asilo em terras britânicas e entrado com um pedido de divórcio e de guarda dos filhos na corte suprema de Londres.

Posteriormente, foi revelado que a princesa, além de pedir o divórcio e a guarda, havia também pedido proteção para um de seus filhos contra casamento forçado e contratado a advogada Fiona Shackleton, que havia sido responsável pelos processos de separação do príncipe Carlos e da princesa Diana e do príncipe André e Sarah Ferguson. O casamento forçado, descobriu-se depois, envolvia a filha do casal, Jalila, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, um crítico das políticas de Mohammed e de seu pai, o rei Salman. Jalila, à época do acordo de casamento, tinha 11 anos de idade.

As notícias sobre a situação vivida por Haya reascendeu também as polêmicas em torno das fugas e posteriores sequestros, a mando de Al Maktoum, de suas filhas Latifa e Shamsa. Esta última, segundo o tribunal de Londres em 2020, foi sequestrada nas ruas de Cambridge em 2000, drogada e enviada de volta à Dubai, onde teria sido torturada.

Risco de sequestro e morte

Enquanto as notícias sobre a fuga de Haya se tornavam públicas, o emir postou um poema no Instagram falando sobre "traição e traidora", que a imprensa imediatamente interpretou como se referindo à princesa.

Mesmo vivendo asilada no Reino Unido, a perseguição à Haya continuou, no que a imprensa chamou de campanhas de "difamação" e “intimidação”, inclusive com o emir tendo ameaçado a ex-mulher de mandar sequestrá-la e jogá-la no meio do deserto. Segundo a CNN Brasil, "no julgamento publicado na terça-feira (21), o juiz do caso, Philip Moor, afirmou que a maior ameaça enfrentada pela princesa Haya e seus filhos Jalila e Zayed vem do próprio [emir], não de fontes externas".

O juiz também informou durante a sentença que desde que vive no Reino Unido, Haya e as pessoas de seu entorno, incluindo as que fazem parte de sua equipe de segurança, foram espionadas, a mando de Al Maktoum, através do spyware Pegasus, que "está disponível apenas para governos”.

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