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Dia de Combate à Raiva: 59 mil pessoas morrem anualmente

De Wikinotícias

28 de setembro de 2025

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A raiva continua sendo uma das doenças mais negligenciadas do mundo, matando cerca de 59 mil pessoas a cada ano, principalmente na África e na Ásia. A maioria dessas mortes ocorre em crianças.

A doença é totalmente evitável através da vacinação, mas, segundo a FAO, exige "uma abordagem coordenada de Saúde Única" devido à "natureza interconectada dos desafios de saúde humana, animal e ambiental", já que a raiva humana geralmente é adquirida através de mordidas ou arranhões de animais domésticos, principalmente cães e gatos.

Também existem diversos casos de contaminação através de mordidas de morcegos, o que, justamente, exige uma abordagem "ambiental". Os dois sobreviventes brasileiros contraíram o vírus através de mordidas desses animais, por exemplo.

A raiva é altamente letal em mamíferos - há registro de apenas cinco sobreviventes humanos em todo o mundo, incluindo os dois brasileiros - e o tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, pois não há cura para a raiva após o aparecimento dos sintomas. O tratamento pós-infecção inclui soro e injeções.

Se não tratado a tempo, o vírus ataca o sistema nervoso central, com os sintomas se manifestando, inclusive, várias semanas após a infecção. Em setembro 2008, o pernambucano Marciano Menezes da Silva, então com 15 anos, procurou o hospital após ser mordido por um morcego, mas o médico o liberou por não ter sintomas, que só se manifestara cerca de quatro semanas depois. Ele quase morreu e ficou um ano no hospital, de onde saiu numa cadeira de rodas e com limitações de movimentos em todo corpo.

O outro sobrevivente brasileiro foi o amazonense Mateus Santos da Silva, que morreu no início deste anos após sofrer com as sequelas, que o deixaram acamado por sete anos. A família já havia perdido outros dois filhos pela doença.

Curiosidades

  • A raiva é uma doença conhecida desde a antiguidade por egípcios, mesopotâmios, gregos, entre outros povos;
  • É a doença de registro mais antiga e foi citada, por exemplo, no Código de Eshnunna (1930 a.C.) e pelo poeta grego Homero (928-898 a.C.), autor da Ilíada;
  • Durante a Idade Média era chamada de Mal de Santo Huberto e a Igreja recebia peregrinos em busca de salvação deste mal no mosteiro de Andage (Bélgica), onde estavam os restos mortais do Santo;
  • Em 1530 o médico italiano Girolamo Fracastoro descreveu a doença de forma correta pela primeira vez: que sua transmissão acontecia através da saliva de um animal infectado;
  • Louis Pasteur foi o primeiro a desenvolver uma vacina antirrábica;
  • Existem diversos tipos de vacinas para humanos, mas a do tipo Semple, usada ainda na Índia, por exemplo, tem a possibilidade de produzir acidentes pós-vacinais, que podem levar à morte.

Referências

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