Cientistas descobrem que erva marinha da Austrália é a maior planta do mundo

Fonte: Wikinotícias

5 de junho de 2022

Email Facebook X WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Baía Shark vista de satélite em 6 de novembro de 2004.
Imagem: NASA.

Cientistas da Universidade da Austrália Ocidental publicaram um estudo na quarta-feira sugerindo que uma erva marinha na costa da Austrália Ocidental é a maior planta do mundo. Acredita-se que a Posidonia australis começou a se clonar há 4.500 anos e cobre cerca de 200 quilômetros quadrados (77 milhas quadradas). Ela está localizado na Baía Shark, um Patrimônio Mundial da UNESCO na Austrália Ocidental. A Baía Shark foi submersa há relativamente pouco tempo, nos últimos 8.500 anos.

Os cientistas descobriram que a planta era um único organismo depois de coletar 18.000 materiais genéticos separados para examinar as ervas marinhas. No entanto, eles descobriram que a mesma planta havia se clonado muitas vezes. Martin Breed, ecologista da Flinders University, disse: “Nós pensamos 'o que diabos está acontecendo aqui?'… Estávamos completamente perplexos”. Jane Edgeloe, uma das coautoras da pesquisa, disse que o DNA das amostras foram comparadas e descobriu-se a partir disso que era uma única planta.

Ela tem cerca de três vezes o tamanho de Manhattan e mede pelo menos 180 quilômetros (112 milhas) de comprimento. Além de ser a maior planta conhecida do mundo, é o maior clone conhecido do mundo. A erva marinha supera em muito a área de 43 hectares de árvores de Aspen em Utah, Estados Unidos, anteriormente considerada a maior planta do mundo. A erva marinha cresce no máximo 35 centímetros por ano, com seu grande tamanho ajudando os cientistas a calcular sua idade.

A Dra. Elizabeth Sinclair, outra coautora do estudo, disse que a sobrevivência da planta foi ajudada por ela manter todos os cromossomos de ambos os pais. Isso lhe deu diversidade genética, o que é incomum entre as plantas que produzem assexuadamente. A planta não se reproduz sexualmente; no entanto, variações sutis em seu DNA podem ajudar a explicar sua longevidade.

A professora Kathryn McMahon, da Edith Cowan University, não esteve envolvida no estudo, mas é especialista em ervas marinhas. Ela disse que as ervas marinhas tendem a viver entre 2.000 e 100.000 anos, o que significa que a idade da planta de cerca de 4.500 anos se encaixa na faixa etária normal das ervas marinhas. McMahon também disse que estava confiante no método usado pelos pesquisadores e que a descoberta de que era uma única planta foi “incrível”.

Apesar do grande tamanho, nos últimos dez anos quase um décimo dela foi destruída por ciclones e aumento da temperatura do oceano. A baía tem uma salinidade relativamente alta e suas temperaturas variam de tão frio quanto 15° C (59° F) a tão quente quanto 30° C (86° F).

Fontes