Bush defende reformulação do FMI e do Banco Mundial

Fonte: Wikinotícias
Presidente George W. Bush, falando sobre a crise econômica, em setembro de 2008.

Agência Brasil

14 de novembro de 2008

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Dois dias antes da primeira reunião de chefes de Estado do chamado G20 financeiro, que reúne as grandes economias desenvolvidas e emergentes, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu que reformas no setor financeiro são essenciais, incluindo a reformulação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, com maior poder de decisão para as nações em desenvolvimento.

A declaração, no entanto, não deve ser entendida como mea culpa. Bush também fez uma defesa veemente do capitalismo e do livre-mercado e deixou claro ser contra a proposta dos países emergentes de criação de um órgão supranacional para regulação e monitoramento do sistema financeiro internacional.

“A solução de longo prazo para os problemas atuais é o crescimento econômico. E o caminho mais seguro para esse crescimento é o livre mercado e o povo livre”, disse Bush, no Federal Hall National Memorial, em Wall Street, em Nova Iorque.

A crise não foi a falência do sistema de livre mercado. E a resposta não é tentar reinventar o sistema. É consertar os problemas que enfrentamos, fazer as reformas necessárias e ir em frente com os princípios de livre mercado que levaram prosperidade e esperança para as pessoas ao redor do planeta

O tema do discurso foi o mesmo da cúpula convocada pelo presidente norte-americano para o próximo sábado (15): mercados financeiros e economia mundial. Bush apontou algumas respostas para a crise financeira global desencadeada a partir da falência do mercado imobiliário norte-americano. Disse ser necessário tornar os mercados financeiros mais transparentes para dar segurança aos investidores, defendeu regulação própria para produtos financeiros “sofisticados” e fortalecimento das regulações nacionais e pediu uma melhor coordenação entre as leis e marcos regulatórios nacionais.

Alertou, no entanto, que a intervenção excessiva do Estado é uma ameaça para os mercados. “Não devemos pedir mais governo, mas governos mais espertos”, disse Bush. “Como qualquer outro sistema desenhado pelo homem, o capitalismo não é perfeito. Ele está sujeito a excessos e abusos. Mas ainda é o caminho mais eficiente e justo para a estruturação da economia”, sentenciou.

Para provar sua teoria, citou o caso do Japão, uma “ilha com poucos recursos naturais” que se recuperou da guerra e se transformou na segunda economia mundial graças ao capitalismo. Também citou Coréia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan.

Enquanto isso, nações que seguiram outros modelos experimentaram resultados devastadores. O comunismo soviético fez milhões de pessoas passarem fome, faliu um império e colapsou em definitivo como o muro de Berlim. Cuba, conhecido por seus vastos campos de cana, agora é obrigado a racionar açúcar. E enquanto o Irã é um gigante de reservas de petróleo, sua população não pode colocar gasolina suficiente em seus carros

E voltou a mencionar o livre mercado. “Se você busca crescimento econômico, se você busca oportunidade, se você busca justiça social e dignidade humana, o livre mercado é o caminho. O triunfo do capitalismo de livre mercado foi provado através dos tempos, da geografia, das culturas e da confiança. E seria um terrível erro permitir que alguns meses de crise solapem 60 anos de sucesso”. Apesar da defesa do capitalismo, o governo norte-americano analisa, neste momento, mais uma ajuda financeira à iniciativa privada. Desta vez, para a gigante do automobilismo General Motors.

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