Brasil: Profissionais de saúde no Rio relatam medo e episódios de violência na rede pública
13 de outubro de 2025
Uma equipe de profissionais de saúde da rede municipal do Rio de Janeiro tentava controlar o sangramento de um paciente que havia sido baleado. O objetivo era intubá-lo e estabilizá-lo.
Enquanto os profissionais prestavam socorro, um homem armado os instruía a salvar o paciente, que era suspeito de estar envolvido no tráfico de drogas local.
Em um episódio diferente, homens armados interromperam o atendimento na sala vermelha e agrediram um dos pacientes. Em outra situação, um médico, um enfermeiro e um motorista foram obrigados a entrar em uma favela, sob coação armada, para prestar atendimento a um ferido por bala.
Os profissionais de saúde afirmam que os casos relatados à Folha, sob condição de anonimato, evidenciam uma situação em que a violência afeta a saúde pública. Eles afirmam que os episódios se repetem, e o sequestro de ambulâncias já ocorreu em outras ocasiões.
A prefeitura afirma que tem recebido um número crescente de solicitações de transferência de funcionários que atuam em regiões controladas por facções ou em locais onde há frequentes operações policiais.
Os recentes episódios de violência em hospitais e unidades de saúde do Rio de Janeiro evidenciaram a rotina de medo e tensão enfrentada por médicos, enfermeiros e demais profissionais. Em certas situações, isso abrange até procedimentos cirúrgicos realizados sob a mira de fuzis.
Um dos episódios mais sérios ocorreu há três semanas, quando milicianos invadiram o Hospital Pedro II, localizado em Santa Cruz, na Zona Oeste, com o intuito de assassinar um adversário que estava hospitalizado.
Profissionais relataram à CBN que incidentes como esse têm ocorrido com mais frequência em determinadas áreas da cidade. Por motivos de segurança, todos solicitaram permanecer anônimos.
Os relatos incluem enfermeiros realizando manobras de ressuscitação durante um intenso tiroteio, um atendimento apressado a uma criança que perdeu a mão ao manusear uma granada e até um corpo com bomba deixado em uma unidade de saúde.
Fontes
[editar | editar código]- ((pt)) Profissionais de saúde no Rio relatam medo e episódios de violência na rede pública — Folha de São Paulo, 13 de outubro de 2025
- ((pt)) 'Não tem remédio para violência', 'parece o Oriente Médio': médicos relatam rotina de medo em unidades de saúde do Rio — CBN, 9 de outubro de 2025

