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Brasil: Ipea mantém projeção 5,2% para inflação em 2025

Fonte: Wikinotícias

5 de julho de 2025

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) manteve em 5,2% a projeção de inflação para 2025, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova Análise e Projeções de Inflação foi divulgada nesta segunda (30) pelo Grupo de Conjuntura do Instituto. A última previsão havia sido divulgada em março.

Apesar de a projeção geral continuar igual, os pesquisadores da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas revisaram a composição interna dos principais grupos de preços. A atualização reflete um cenário mais benigno para alimentos e preços administrados, ao mesmo tempo em que aponta pressões persistentes nos serviços.

A inflação de alimentos foi revista para 6,7% (ante 7,2%), e a de administrados (fixados ou influenciados por órgãos governamentais ou contratos) para 4,4% (ante 4,9%), incorporando uma desaceleração mais intensa dos produtos agropecuários, além de reajustes mais amenos nos combustíveis, medicamentos e planos de saúde. Para os bens industriais, a projeção foi mantida em 3,6%, dado o nível ainda elevado da demanda interna.

Já para os serviços livres, a estimativa de inflação para o ano avançou de 5,5% para 6,2%, impactada não apenas por uma inflação recente acima do esperado, mas também pela continuidade da queda da taxa de desocupação e seus efeitos sobre os rendimentos e o consumo das famílias.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidos (INPC), que tem como foco o custo médio das famílias com renda de um a cinco salários mínimos, observa-se que, apesar do aumento da projeção para a inflação de serviços, cuja taxa estimada saltou de 5,3% para 6%, a queda nas projeções para a inflação de alimentos e dos preços administrados – que recuaram de 6,9% e 4,8% para 6,4% e 4,2%, respectivamente – fez com que a previsão fechada para 2025 permanecesse em 4,9%.

Apesar do alívio recente nos índices de preços, o cenário da inflação ainda carrega incertezas relevantes, avaliam os autores. Entre os riscos de alta, destacam-se o possível agravamento das tensões geopolíticas e comerciais globais, que podem pressionar os preços das commodities e afetar a taxa de câmbio, além da aceleração da inflação de serviços, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido.

Por outro lado, fatores como a desaceleração da demanda internacional, a valorização do real e o encarecimento do crédito podem contribuir para um processo de desinflação mais intenso ao longo do segundo semestre.