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Brasil: Barroso diz ver 'com gosto' a possibilidade de ser substituído por uma mulher no STF

De Wikinotícias

11 de outubro de 2025

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Nessa quinta (9), o ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que vê "com gosto" a possibilidade de uma mulher ser escolhida para ocupar sua vaga na Corte.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é responsável pela escolha do novo ministro ou ministra. De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a definição deve ser feita após a viagem de Lula a Roma, cidade na qual ele participará do Fórum Mundial da Alimentação 2025.

Barroso reafirmou seu apoio à maior participação feminina no Judiciário. "Eu, filosoficamente, acho, sem fazer uma escolha pontual para essa vaga, que é uma competência do presidente, que sou um defensor de mais mulheres nos tribunais superiores como regra geral. A resposta é sim. Há homens e mulheres capazes, mas vejo com gosto. Tanto que, no Conselho Nacional de Justiça, implementei com muito empenho a resolução de paridade de gênero nos tribunais de segundo grau", declarou o ministro.

Ele acrescentou que vê "com simpatia a escolha recair sobre uma mulher, mas não quero com isso excluir os diversos cavaleiros que também têm a legítima pretensão e merecimento".

Barroso também destacou que existem muitas magistradas competentes para ocupar o cargo, alinhando-se à demanda de entidades judiciais que defendem a nomeação de uma mulher para o cargo a fim de diminuir a desigualdade de gênero na mais alta Corte do país.

Após o anúncio da aposentadoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, organizações como Fórum Justiça, Themis - Gênero, Justiça e Direitos Humanos e Plataforma Justa começaram a pressionar o governo federal. Elas pedem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeie uma mulher para a vaga que será deixada na Corte.

O grupo também apresentou sete possíveis candidatos que o presidente Lula (PT) poderia indicar para a vaga. Edilene Lobo, ministra do Tribunal Superior Eleitoral; Maria Elizabeth Rocha, presidenta do Superior Tribunal Militar; e Daniela Teixeira, ministra do Superior Tribunal de Justiça são algumas delas.

No momento, há apenas uma ministra no STF, Cármen Lúcia, que tomou posse em 2006 e deve se aposentar em 2029. A Corte já contou com outra ministra ao mesmo tempo, Rosa Weber, que se aposentou no ano de 2023.

Em uma declaração conjunta, as entidades afirmaram que a saída de Barroso representa uma "oportunidade para promover a igualdade na Justiça brasileira". Elas também ressaltaram que a falta de mulheres na Suprema Corte "não é por falta de excelentes nomes femininos".

Além da indicação, as instituições destacaram a importância de um "debate profundo" sobre a escassa presença feminina em posições de liderança no Judiciário e em outras áreas de poder.

O comunicado afirma que o debate sobre a presença de mulheres é fundamentado e legítimo. "Lembramos que essa reivindicação não nasce nesse momento, mas já vem sendo gestada desde a abertura da vaga anterior por vários movimentos e organizações que desejam paridade de gênero e mulheres negras no STF", diz o texto.

"Não é por falta de excelentes nomes de mulheres que Lula deixará de indicar uma ministra para a Suprema Corte, reduzindo a constrangedora e histórica desigualdade de gênero", afirma o comunicado.