Biden e Sheinbaum reafirmam a relação "sólida" entre Estados Unidos e México ao se encontrarem no Brasil
18 de novembro de 2024
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e Claudia Sheinbaum, do México, reafirmaram a relação bilateral "sólida". Após a eleição de Donald Trump como presidente, ambos os chefes de Estado confirmam sua cooperação em questões como migração e segurança.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e do México, Claudia Sheinbaum, endossaram a estreita relação que suas nações mantêm em várias questões geopolíticas, no âmbito da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, Brasil.
"Os dois líderes ressaltaram a importância de manter a cooperação em migração, segurança e combate ao flagelo da violência criminosa transnacional e questões econômicas, com base na forte parceria bilateral entre os Estados Unidos e o México", diz uma leitura da reunião de segunda-feira entre os dois, compartilhada pela Casa Branca.
Biden aproveitou a reunião para parabenizar a primeira mulher presidente, que acaba de assumir o poder no país vizinho, em 1º de outubro.
A presidente mexicana compartilhou em sua conta X uma foto de seu encontro com Biden, onde, segundo ela, eles conversaram sobre "o bom relacionamento que existe e deve existir entre o México e os Estados Unidos".
No entanto, as relações entre os Estados Unidos e o México estão passando por um momento de crítica do governo Biden no final de seu mandato, em referência à estratégia de segurança seguida pelo cessante Andrés Manuel López Obrador (AMLO), conforme revelado na semana passada pelo embaixador na Cidade do México, Ken Salazar.
"A estratégia de 'abraços, não balas' não funcionou", disse Salazar, referindo-se ao slogan de AMLO. Salazar manteve uma relação cordial com ele até alguns meses atrás, quando a situação ficou tensa, segundo a Associated Press.
Sheinbaum mantém a defesa dessa estratégia de evitar o confronto direto com os cartéis, embora confrontos recentes sugiram que as forças armadas estão um pouco mais dispostas a abrir fogo.
"O México merece viver sem medo", disse o diplomata em uma coletiva de imprensa em um tom mais duro do que o habitual, faltando pouco mais de dois meses para que o governo dos Estados Unidos mude para a nova presidência do republicano Donald Trump. "Falar (sobre) que não há problema é negar a realidade", declarou. "Há um problema muito grande."
Horas depois, o México "expressou sua surpresa com as mensagens emitidas" por Salazar em uma nota diplomática enviada à embaixada dos Estados Unidos, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
Não será fácil para Sheinbaum enfrentar o retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca com o México como o ponto alto de sua luta contra a imigração ilegal.
Trump tem sido duro em suas palavras contra o governo Biden-Harris e seu vizinho mexicano, culpando o influxo no alto número de imigrantes em uma política de fronteira aberta e apontando para os mais de 100.000 americanos que morreram de overdose de fentanil como parte do mal a ser erradicado, de acordo com analistas.
Trump enfatizou sua promessa de deportações em massa desde o primeiro dia de seu novo mandato, o que pode não apenas representar um desafio humanitário para o governo mexicano, mas também um golpe muito duro para sua economia, porque as remessas que os mexicanos recebem de seus parentes nos Estados Unidos são uma das principais fontes de renda do país.
"Claudia é mais ideológica do que López Obrador, então o problema é que eu a vejo potencialmente respondendo às políticas de Trump, seja em termos de crime organizado, imigração ou tarifas, com uma visão muito mais nacionalista e chauvinista", disse Arturo Sarukhán, ex-embaixador do México nos Estados Unidos de 2007 a 2013.
Sheinbaum foi um dos primeiros líderes mundiais a falar com Trump para parabenizá-lo por sua vitória.
Durante a ligação de quinta-feira, um dia após a vitória de Trump, o americano deixou duas pistas sobre como pode ser o futuro das relações: deixar claras suas prioridades, trazendo à tona "a questão da fronteira", mas sem entrar em mais detalhes; e enviou saudações a López Obrador, mentor do atual presidente, cujo discurso e promessas Sheinbaum fez seus e que alguns consideram que manterão o poder nas sombras.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- ((es)) Voz da América. Biden y Sheinbaum reafirman la “sólida” relación entre EEUU y México al reunirse en Brasil — VOA, 18 de novembro de 2024
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