Autoridades de Hong Kong reprimem a comemoração anual da repressão de Tiananmen em 1989

Fonte: Wikinotícias
China 1989, protesto estudantil na Praça Tienanmen, foto de Jiri Tondl

4 de junho de 2023

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Antes do 34º aniversário da repressão de Tiananmen em 4 de junho de 1989, o termo chinês “dias especiais” ou “ocasião especial” (特別日子) continuou aparecendo nas plataformas de mídia social em Hong Kong, substituindo slogans políticos habituais como “reivindicação de 4 de junho” (平反六四), “acabar com o regime de partido único” (結束一黨專政) etc..

A autocensura online e a mudança do discurso político ocorreram após o alerta do chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, de que as autoridades policiais tomariam medidas contra pessoas que planejam prejudicar a segurança nacional em “uma ocasião especial em alguns dias”.

Hong Kong proibiu a tradicional vigília à luz de velas para comemorar a repressão de Tiananmen desde 2020, citando motivos de controle da pandemia. Este ano, como todas as restrições à pandemia do COVID-19 foram suspensas, a polícia não emitiu uma proibição direta. No entanto, as autoridades emitiram um alerta assustador sobre as consequências legais de “atos nocivos”, conforme explicado por Chris Tang:

“Muitas pessoas usarão esta ocasião especial para cometer atos que ponham em risco a segurança nacional, como promover a independência de Hong Kong... No entanto, quero dizer a essas pessoas que se você cometer esses atos, definitivamente tomaremos medidas decisivas e o prenderemos, e o processaremos se houver evidências. Você não terá sorte.”

Tang não especificou a que ocasião ele se referiu ou quais atos prejudicam a segurança nacional. Após a promulgação da Lei de Segurança Nacional, em 30 de junho de 2020, manifestações públicas de contestação às autoridades foram processadas e, em muitos casos, resultaram em penas de prisão. Essas expressões são slogans como “Liberdade para Hong Kong”.

É óbvio que a ocasião especial se refere a 4 de junho.

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