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Alemanha: Rússia duvida do Artigo 5 da OTAN e poderia usar “homenzinhos verdes” para testá-lo

Fonte: Wikinotícias
OTAN

11 de junho de 2025

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Moscou quer testar a determinação da OTAN com medidas hostis além da Ucrânia, já que algumas autoridades russas acreditam que o princípio de defesa coletiva da aliança não funciona mais, disse o chefe da inteligência alemã, Bruno Kahl, em entrevista ao canal de notícias Table Media.

“Há pessoas em Moscou que não acreditam mais que o Artigo 5 da OTAN funcione. E elas gostariam de testá-lo”, disse Kahl na entrevista em podcast.

Os comentários ocorrem no momento em que o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, alertou que a Rússia poderia estar pronta para lançar um ataque contra a aliança dentro de cinco anos. Esses alertas severos se tornaram cada vez mais comuns desde a invasão em larga escala da Ucrânia por Moscou em 2022.

O chefe do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND) observou que Moscou vê a guerra na Ucrânia como “apenas um passo em seu caminho para o oeste”. Citando fontes de inteligência, ele disse que a Rússia pode tentar iniciar um confronto de menor intensidade que testará a disposição dos EUA em cumprir suas obrigações sob o Artigo 5.

“Eles não precisam enviar tanques para isso”, observou Kahl.

“Eles só precisam enviar ‘homenzinhos verdes’ para a Estônia para defender a suposta minoria russa oprimida.”

O Artigo 5 se refere a um princípio fundamental do Tratado do Atlântico Norte, que obriga todos os membros a tratar um ataque a um membro como um ataque a todos e a prestar assistência. O artigo foi invocado apenas uma vez, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os EUA.

O termo "homenzinhos verdes" foi usado pela primeira vez em referência aos soldados russos sem insígnias que tomaram instalações estratégicas importantes na Crimeia em 2014, na fase inicial da ocupação russa da península ucraniana.

As preocupações entre os membros da OTAN sobre uma potencial agressão russa e o compromisso de Washington com a aliança aumentaram desde que o presidente americano Donald Trump assumiu o cargo em janeiro.

O novo governo sinalizou planos para reduzir a presença militar na Europa, e Trump chegou a desafiar diretamente o princípio da defesa coletiva, afirmando que os EUA não defenderiam os membros da OTAN que não investissem o suficiente em suas capacidades militares.

O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, viajou a Washington na semana passada para se encontrar com Trump e discutir o apoio conjunto à Ucrânia e ao futuro da OTAN. Embora as negociações tenham ocorrido de forma relativamente tranquila, o chanceler alemão não conseguiu obter nenhum compromisso concreto de Trump.

Várias autoridades ucranianas e ocidentais alertaram que a Rússia pode estar se preparando para um confronto aberto com a OTAN após o fim da guerra contra Kiev. Os preparativos podem ganhar ritmo se as sanções ocidentais forem suspensas como parte de um possível acordo de paz, informou a inteligência ucraniana.