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Afeganistão mergulhado em silêncio digital após o Talibã interromper os serviços de telecomunicações

De Wikinotícias

30 de setembro de 2025

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No final de setembro de 2025, o Afeganistão sofreu seu primeiro apagão nacional de telecomunicações e internet desde o retorno do Talibã ao poder em 2021, gerando protestos internacionais e profunda preocupação com o futuro da vida civil.

A paralisação ocorreu após ordens anteriores do Líder Supremo Hibatullah Akhundzada, que proibia serviços de fibra óptica em províncias como Balkh para "prevenir a imoralidade", justificativa compartilhada por autoridades provinciais.

Nos dias seguintes, a proibição se expandiu para várias províncias, incluindo Baghlan, Badakhshan, Takhar e Kunduz, cortando o Wi-Fi e o acesso de alta velocidade em muitas áreas.

De acordo com o grupo de monitoramento NetBlocks, a conectividade caiu para apenas 1% dos níveis normais.

Os serviços de telefonia móvel também foram interrompidos em muitas regiões, com as autoridades supostamente ordenando a desativação das redes 3G e 4G, deixando apenas o obsoleto 2G funcionando.

O impacto do apagão foi severo. Bancos, assistência médica, operações humanitárias e aviação foram prejudicados.

Mulheres e meninas, já impedidas de acessar muitas esferas públicas, perderam acesso vital à educação online e a ferramentas de geração de renda.

Organizações de mídia e grupos da sociedade civil condenaram a medida como uma supressão radical da liberdade de expressão e informação.

A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão instou as autoridades de fato a restaurarem a conectividade imediatamente, citando as telecomunicações como fundamentais para os direitos, a recuperação e a resiliência.

Enquanto isso, muitos afegãos estão isolados, incapazes de se comunicar — um lembrete claro de como a censura está sendo reconfigurada não apenas por meio de leis, mas pelo corte de fios.