Administradora de Benguela suspende entrega de terras vendidas por suspeitas de fraude

Fonte: Wikinotícias

27 de julho de 2021

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Agência VOA

A entrega de terrenos no bairro das Salinas, em Benguela, capital da província angolana de mesmo nome, foi adiada devido a suspeitas de fraude nas vendas, que levaram à suspensão de altos quadros da Administração Municipal (AMB), soube a VOA de fonte segura.

Com início previsto para amanhã, 28, oito meses após a conclusão das vendas, o processo de entrega aos candidatos foi travado pela administradora municipal, Paula Marisa, no cargo há trinta dias.

A entrega de terrenos vinha sendo anunciada na Rádio Benguela, para o espanto das centenas de famílias desalojadas do bairro, mas indicadores de fraude, também em relação à titularidade dos lotes, determinaram a medida.

Por esta e outras razões, segundo a fonte da Administração Municipal de Benguela, Paula Marisa Correia suspendeu quadros e leva a cabo o que que observadores chamam de "limpeza total", numa alusão a exonerações, que vão do Gabinete de Estudos e Plano às áreas técnica e de infra-estrutura.

Atento a estas movimentações, o porta-voz das famílias empurradas para o magistério Lúcio Lara, João Valeriano, lembra que há um caso em tribunal e desaconselha a distribuição dos terrenos.

"Se entregarem as terras, como já temos avisado, também vamos pegar nas nossas coisas e vamos deixar lá nas Salinas. Ou há justiça ou não há, se adiaram... vamos continuar com esse pensamento", avisa Valeriano.

Agora, Valeriano diz não estar surpreendido com o adiamento da entrega de lotes, cujo anúncio, como salienta, deixou também agastado o advogado das famílias

"O nosso advogado (José Faria) ficou surpreendido e por isso mesmo entrou em contacto com a senhora administradora. Eles estavam a negociar, por isso estamos admirados”, conta o morador.

Na tomada de posse, em finais do mês passado, a administradora municipal admitiu que estava a par do velho problema de terrenos na sua instituição.

"Acabamos de chegar, vamos analisar tudo e depois tomamos as decisões. Se tivermos motivo de fazer mudanças não vamos hesitar”, garantia a administradora.

Um ano e um mês é o tempo da estada das famílias desalojadas das Salinas na escola do magistério.

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