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A virada pragmática de Milei com a China: de “Eu não lido com comunistas” a apertar a mão de Xi

Fonte: Wikinotícias

20 de novembro de 2024

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O presidente da Argentina, Javier Milei, apertou a mão do seu homólogo chinês, Xi Jinping, convidou-o para visitar Buenos Aires e propôs aumentar as exportações argentinas para o gigante asiático.

O que aconteceu agora significa uma viragem pragmática na posição da extrema-direita Milei relativamente à sua posição de não manter laços com “comunistas”, algo que repetiu durante a campanha à Presidência.

A primeira reunião de Milei com Xi Jinping aconteceu terça-feira no Rio de Janeiro, Brasil, no âmbito da cúpula dos líderes do G20, confirmaram ambas as delegações.

“Durante a sessão foram reafirmados os atuais laços e acordos comerciais e financeiros, bem como a vocação para continuar a explorar novas oportunidades para expandir e melhorar tudo o que envolve o fortalecimento da relação bilateral”, disse a Presidência da Argentina em comunicado, acompanhado por uma fotografia de ambos os presidentes apertando as mãos.

A seção sobre o acordo financeiro refere-se ao chamado “swap” de moedas para troca comercial entre os dois países sem a necessidade do uso de dólares. Este acordo, assinado em 2009 e renovado por diferentes governos – o último este ano sob a gestão de Milei – permite ao país sul-americano manter estável o seu nível de reservas no Banco Central.

Na mesma nota oficial, foi anunciado que o Presidente Xi Jinping “emitiu um convite formal ao Presidente Milei para visitar a China e, em troca, o Presidente Milei estendeu um convite formal ao Presidente Xi para visitar a Argentina”.

“Essas visitas serão realizadas em termos e condições a serem acordados entre os dois ministérios das Relações Exteriores”, disse ele.

Assim, o tom amigável da declaração oficial denota uma virada de 180 graus na posição de Milei em relação à potência asiática, atualmente o segundo parceiro comercial da Argentina depois do Brasil.

Em plena campanha eleitoral, o economista ultraliberal tinha expressado que “não só não vou fazer negócios com a China, como não vou fazer negócios com nenhum comunista” porque “sou um defensor da liberdade, da paz e democracia. Os comunistas não entram lá, os chineses não entram”, mas o rumo tem sido diferente.

No Rio de Janeiro, ambos os líderes reuniram-se, incluindo altos funcionários dos seus respectivos governos.

Amizade e reciprocidade A China, por sua vez, afirmou que “o presidente Milei valorizava muito as relações amistosas entre a Argentina e a China e expressou sua disposição de continuar a aprofundar a cooperação binacional, pela qual o presidente Xi expressou seu apreço”, segundo Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores daquele país. país.

O presidente chinês elogiou o seu homólogo argentino, dizendo que sob a sua liderança a Argentina está a promover reformas e está comprometida com a recuperação económica, acrescentou a mídia estatal chinesa.

Dado que este ano marca o décimo aniversário da Parceria Estratégica assinada por ambos os países, Xi Jinping expressou a sua vontade de trabalhar em conjunto para “promover o desenvolvimento duradouro e estável” da relação bilateral.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Argentina exportou 4.959 milhões de dólares para a China, derivados principalmente de soja, carne bovina e lítio. Enquanto as importações, incluindo automóveis, peças de reposição, peças telefônicas e turbinas a gás, totalizaram 7.872 milhões de dólares no mesmo período.