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30 de abril: 50 anos do fim da Guerra do Vietnã

Fonte: Wikinotícias

30 de abril de 2025

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Em 30 de abril de 1975, tanques do Exército Popular do Vietnã do Norte atravessaram os portões do Palácio da Independência em Saigon, marcando o fim da Guerra do Vietnã.

O conflito, que durou quase duas décadas, deixou marcas profundas no sudeste asiático e provocou mudanças políticas e sociais em todo o mundo. Cinquenta anos depois, a TVT News relembra o fim da guerra e o impacto nos movimentos populares e anticoloniais do século XX.

A Guerra do Vietnã foi um dos conflitos mais violentos do século XX. Entre 1955 e 1975, o Vietnã foi palco de uma disputa militar entre o governo do Vietnã do Sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o Vietnã do Norte, liderado por comunistas aliados da China e da União Soviética. O embate aconteceu no contexto da Guerra Fria e foi marcado por forte resistência popular e intensa repercussão midiática.

O conflito se tornou um símbolo da luta contra o imperialismo, com milhões de civis mortos, campos devastados por bombardeios e uso de armas químicas como o agente laranja. A guerra mobilizou movimentos pacifistas em vários países, incluindo nos Estados Unidos, e colocou em xeque a política externa norte-americana.

A vitória foi do Vietnã do Norte e da Frente Nacional de Libertação do Vietnã do Sul, também conhecida como Viet Cong. No dia 30 de abril de 1975, a queda de Saigon simbolizou a derrota das forças estadunidenses e a reunificação do país sob o comando do Partido Comunista. O episódio expôs os limites da intervenção militar dos EUA e consolidou a resistência vietnamita como referência na luta contra o colonialismo e o domínio estrangeiro.

A Frente Nacional de Libertação do Vietnã do Sul (FLN), também conhecida como Viet Cong (VC), foi uma organização política e militar formada em 1960 para derrubar o governo sul-vietnamita e unificar o Vietnã sob o regime comunista. A FNL era essencialmente uma extensão do Vietnã do Norte e visava replicar o sucesso do Viet Minh na primeira Guerra da Indochina

A imagem de um helicóptero resgatando os últimos norte-americanos do telhado da embaixada dos Estados Unidos se tornou um retrato do fim melancólico da presença militar no sudeste asiático. O Vietnã passou a ser um Estado unificado a partir de 1976, com capital em Hanói.

A guerra teve raízes no processo de descolonização do sudeste asiático. Após o fim da ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial, o Vietnã enfrentou a tentativa da França de restabelecer seu domínio colonial. A vitória vietnamita em 1954, na Batalha de Dien Bien Phu, levou aos Acordos de Genebra, que dividiram o país em dois.

A disputa entre comunismo e capitalismo agravou a divisão. Os Estados Unidos passaram a apoiar o regime do Vietnã do Sul como parte da sua política de contenção ao comunismo. A intervenção direta começou nos anos 1960, escalando o conflito e provocando devastação generalizada.

Che Guevara, figura central da Revolução Cubana, defendia a multiplicação de focos de resistência armada ao imperialismo em diversas partes do mundo. Em um discurso histórico, ele afirmou: “Criem dois, três, muitos Vietnãs”, como forma de enfraquecer a capacidade de dominação das grandes potências, em especial dos Estados Unidos.

Para Che, o Vietnã era exemplo de resistência de um povo pobre contra um exército poderoso. A frase virou lema de movimentos revolucionários que buscavam soberania, justiça social e fim do neocolonialismo. Ainda hoje, ela é lembrada como símbolo de luta coletiva e solidariedade internacional.

Registrada em 1972 pelo fotógrafo Nick Ut, da agência Associated Press, a cena mostra crianças fugindo de uma nuvem de fumaça, com Kim, então com nove anos, com o corpo gravemente queimado. A foto chocou a opinião pública internacional, intensificou as críticas à intervenção dos Estados Unidos e contribuiu para o aumento da pressão pelo fim da guerra. Décadas depois, Kim sobreviveu às queimaduras, se tornou embaixadora da paz e usa sua história para denunciar os horrores da guerra e defender os direitos das crianças.